O lançamento do livro "Mandalas e Haikus para colorir e meditar" foi associado ao aniversário da autora e á primeira mandala de rua que fez.
Este livro junta as mandalas (círculos que são símbolos de integração e de harmonia) que "...celebram a impermanência", juntamente com haikus (forma poética constituída por três versos curtos, expressando perceções da natureza) .
Inês de Barros Baptista é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Durante 8 anos, foi diretora da revista “Pais&Filhos”. Nessa altura acreditava que escrever seria o seu sustento.
No entanto, havia nela uma paixão por artes. Lembra-se que em criança desenhava círculos, que preenchia na totalidade. A autora chegou a pensar em formar-se em artes mas a geometria descritiva fez com que acabasse por optar pela sua outra paixão, as letras.
O seu hobbie de “mandalar” acabou por se tornar na sua profissão e, foi então, que deixou o seu percurso na área da comunicação e arriscou fazer das mandalas o seu trabalho a tempo inteiro.
Inês explica à M.A.D.E magazine que “esta coisa dos livros para adultos já existe há muito tempo, não é nada de novo, ... A ideia é fazer com que as pessoas ocupem as mãos para desocuparem a cabeça. O que cada pessoa faz com o livro já é com ela”. O livro “Mandalas e Haikus” contém 40 mandalas, todas elas associadas a um haiku e todas elas passíveis de serem pintadas, arrancadas, rasgadas, oferecidas, entre um leque de opções intermináveis. O que importa é o que a pessoa sente enquanto pinta/constrói a mandala.
Inês explicou-nos como é que as mandalas funcionam na sua vida: “As mandalas ajudaram-me na minha vida no geral. Ajudam a equilibrar-me. Se estou com um problema, isso ajuda-me a focar, a centrar-me de outra maneira”. Acaba por funcionar como uma terapia como para outras pessoas pode funcionar outro tipo de atividade, como fazer crochet ou cozinhar.
A forma circular da mandala ajuda-nos a harmonizar. Quando as pessoas têm um problema, a autora costuma dizer-lhes para tentarem clarificar isso durante o processo.
“...as mandalas naturais cumprem na perfeição a filosofia da mandala… não gastamos dinheiro, não precisamos de papel, lápis, caneta, tá tudo ali, a natureza tem cores , tem todos os formatos e ainda tem cheiros e texturas, é sustentável portanto não poluímos, não ocupa espaço e é uma coisa tão limpa…”
Nas mandalas naturais não há guiões. O único critério é mesmo ser redonda. Inês tem feito várias mandalas usando elementos naturais, desde pinhas, conchas, pedras, folhas e tudo o mais que a natureza possa oferecer. Estes trabalhos são normalmente realizados em eventos, nos quais os presentes são convidados a participar. Cada indivíduo constrói a mandala à sua imagem, consoante a sua personalidade e conforme o que esteja a pensar no momento da construção. As características particulares de cada um são visíveis e possíveis de analisar, quando a construção está terminada.
Para além deste tipo de trabalho, Inês de Barros Baptista junta outra paixão às mandalas – a astrologia, fazendo a interpretação estética do mapa astral de cada pessoa, por encomenda.
A construção desta mandala de rua contou ainda com a curiosidade e a ajuda das pessoas que por lá passaram, como a autora já esperava.