"Antigamente quem ia para as cabeleireiras era considerado duvidoso, atualmente é o dia a dia, como tudo na vida muda isto também mudou."
Nome: Antonio Gomes Mendes
Idade: nasceu em 1945 - 71 anos
Profissão: Barbeiro / Cabeleireiro de homens
Local: Santarém
Santarém, cidade das sete colinas, fica situada num planalto, é banhada pelo rio Tejo e considerada pelo seu passado glorioso, “capital do gótico português”. A cidade de Santarém é capital de Distrito e capital da província do Ribatejo.
Foi em Santarém que fomos encontrar António Mendes, trabalhou na agricultura dos 12 aos 20 anos mas aprendeu a profissão de barbeiro aos 14 anos na freguesia de Achete, situada na zona do Bairro, fazendo parte dos famosos olivais de Santarém, a freguesia de Achete (antiga paróquia de N. Senhora da Purificação) fica a 12 km da sede do Concelho.
Foi só depois de ir para a tropa que se dedicou de uma forma mais séria à profissão com a entrada na escola profissional, ficando a trabalhar no ramo em Lisboa.
Ao contrário do que pensamos António não perpetuou nenhum negócio de familia, a 13 de Setembro de 1971 veio para a "casa" onde se encontra na atualidade, arranjou um sócio e trespassaram a loja, mais tarde acabaram por comprar o edificio.
Ser barbeiro não foi uma profissão que na altura "gostasse ou deixasse de gostar", foi uma ocupação que "a força das circunstãncias" o obrigaram a gostar, "tem que se fazer pela vida".
Esta profissão como tantas outras tem sempre clientes fieis, mas também tem os chamados "clientes do dia a dia" que permitem a sobrevivência.
Como as maiores dificuldades apresentadas a esta profissão, fala da questão da concorrência mas não de outros barbeiros mas sim das "cabeleireiras", "porque as cabeleireiras de senhoras estão semeadas por todo o lado, há muitas e fazem concorrência nos preços, nos cortes..., e em tudo, as mães começam logo a levar os filhos às cabeleireiras, modificou-se tudo, a juventude habitua-se e depois continuam."
"Antigamente quem ia para as cabeleireiras era considerado duvidoso, atualmente é o dia a dia, como tudo na vida muda isto também mudou."
"Este negócio está em risco e não está, desde os primitivos que se corta cabelos e estou convencido que se vai continuar a cortar, todas as pessoas que estão nesta profissão fazem a sua época, têm a sua idade, e como tudo na vida as coisas evoluem."
No entanto a dificuldade em arranjar colaboradores masculinos é uma realidade, na opinião deste barbeiro o sexo feminino continua a optar mais por esta área.
António Mendes acha que a solução para o problema no que se refere ao fim desta profissão, passa pela renovação e evolução . E sendo coerente com o que acha, dentro em pouco tempo António Mendes pretende renovar o espaço e assim evoluir.