Francisco Varatojo falou-nos do que é ser macrobiótico e as curas que podem advir, simplesmente por adotarmos uma alimentação voltada para as nossas origens, afinal antes de nos alimentar-mos como hoje, fazíamos uma alimentação macrobiótica.
Sempre com um sorriso nos lábios foi como Francisco Varatojo nos recebeu para nos falar sobre a alimentação macrobiótica.
Francisco Varatojo é o rosto em Portugal que está associado à Macrobiótica e denomina-se como consultor alimentar e de lifestyle.
A origem da alimentação macrobiótica vem do Japão do Sec . XIX, fundada por um médico chamado Sagen Ishisuka que chamou à macrobiótica na altura Shokuiokai, depois seguindo-se outro médico japonês George Ohsawa que se encarregou de trazer este tipo alimentar para a Europa. No entanto a palavra Macrobiótica surgiu pela primeira vez no Sec. VII, através de um médico alemão chamado Christoph Von Hufeland, médico pessoal de Goethe, e que escreveu um livro que se chamava Macrobiótica ou a Arte de prolongar a Vida.
Mas este tipo de alimentação fundamenta-se em princípios tradicionais, centra-se em alimentos de origem vegetal - cereais, vegetais, leguminosas -, com pequenas diferenças consoante as zonas do planeta, importante ressalvar que para se fazer uma alimentação macrobiótica não tem de se deixar de comer produtos de origem animal.
É uma alimentação que tem em conta "o nosso design biológico", "nós temos uma estrutura específica dentária, digestiva, com umas mãos especificas..." e o que a nossa estrutura nos diz é que somos constituídos para nos alimentarmos predominantemente de alimentos de origem vegetal, adotando as leguminosas e os vegetais papel central.
Este tipo de alimentação tem também em consideração os aspetos ecológicos, climáticos, geográficos e os pessoais/individuais. É uma prática que pode ser escolhida em qualquer parte do planeta, por qualquer religião.
Neste tipo de alimentação o foco está nos alimentos no entanto a forma de cofecioná-los não é desvalorizada, sendo esta considerada "super importante".
Segundo Francisco Varatojo a forma de consumo ou os alimentos consumidos estão adaptados ao meio, ingerir alimentos crus num clima com temperaturas negativas, seria energia que o nosso corpo desperdiçaria, e que não iria ajudar a fazer face ao frio.
Desta forma, "na alimentação macrobiótica não existem alimentos proibidos, existe isso sim um critério de escolha dos alimentos" mediante os fatores já mencionados.
Como em outros regimes alimentares também a Macrobiótica assenta em princípios filosóficos, e no caso além do respeito pelo ambiente também o respeito pelos outros seres vivos, a macrobiótica desculpabiliza a ingestão de animais quando não há escolha, e incentiva a que as porções nas refeições sejam pequenas.
" Estar a falar de problemas ambientais e beber coca-cola, comer uma pizza ou um bife é um contracenso", esses alimentos são causa principal dos problemas modernos"
A alimentação macrobiótica pode curar problemas físicos , mentais e sociais, tal como abordado no ultimo livro de Francisco Vatatojo - Os Alimentos Também Curam, desde doenças que fazem com que Portugal esteja mencionado nas estatísticas, como a diabetes, ansiedades, fobias entre outras, até à saúde infantil que se vê abordada também neste livro.
Sendo o desporto uma atividade tão importante no bem estar do ser humano, perguntámos se a alimentação macrobiótica seria uma boa opção para quem faz desporto, e este foi perentório na sua resposta, usando exemplos do mundo para justificar o uso benéfico também neste campo, desta prática alimentar.
"O campeão de Iron Man é vegan, o maior ultra maratonista Scott Jurek é vegan-macrobiótico, assim como muitos outros atletas Olímpicos" e Francisco Varatojo ainda faz referência a ele próprio "tenho 55 anos , corro 16-17 km a menos de 5km por segundo, e desafio pessoas mais novas a fazer o mesmo", segundo este quem faz desta prática alimentar a norma tem tendência a ver a sua resistência aumentada.