Às vezes parece que vivemos à espera...à espera do momento certo, à espera da pessoa certa, à espera de uma palavra que nos faça avançar, à espera que as condições se reúnam, à espera de sermos felizes, à espera que chegue o dia... À espera...
Às vezes vivemos à pressa, parece que estamos no agora mas já estamos no momento seguinte. Engolimos sem mastigar, mastigamos sem saborear, digerimos sem metabolizar, ouvimos sem escutar, lemos sem entender, ansiamos por mais sem saber o que tivemos antes, avançamos sem sentir...ou sem sentido. Entre a pressa e a espera deixamos o momento escapar. Às vezes sentimos o que não estamos à espera, às vezes fugimos da espera pelo que podemos vir a sentir. Às vezes deixamo-nos levar pelo que sentimos, às vezes o que sentimos leva-nos completamente...
Às vezes amamos loucamente, às vezes esquecemo-nos o que é amar. Às vezes mergulhamos de cabeça, às vezes nem nos lembramos que já vivemos no mar e que nem precisamos de saber nadar. Às vezes há dias que parecem anos, ou anos que num segundo respiram e vivem devagar. Há vezes em que nos esquecemos quem somos...mas não há vez alguma em que o que somos se esqueça que amor é amor...vida é vida...amor é vida...vida é amor...sem pressa, sem espera... constante...sem distância, sem tempo, sem espaço. Constante... Entrego ao céu a verdade do sabor da vida que não me pertence, que é vida em si e que é vida em mim e que é vida "apenas". Sem mim é vida, sem vida nada é. E a vida É, apenas É! Tu és 1 com a vida, e na vinda da verdade que te espreita a cada momento, a ida e vinda aparente da vida gera a espera e a pressa que nunca é! Há vezes...às vezes!
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