ESTREIA a 04 de Fevereiro de 2016
Avaliação Critica : XXXXX
Em Nova Iorque, no início da década de 1950, Therese Belivet (Rooney Mara) trabalha numa loja em Manhattan e sonha com uma vida mais gratificante quando conhece Carol Aird (Cate Blanchett), uma mulher sedutora presa a um casamento fracassado. Uma ligação surge entre ambas, levando a que a inocência do primeiro encontro dê lugar a uma relação profunda. Quando o envolvimento de Carol com Therese se torna público, o marido de Carol, Harge Aird (Kyle Chandler) retalia, pondo em causa a sua competência como mãe. Com Carol e Therese a fazerem-se à estrada, deixando para trás as suas respectivas vidas, um confronto vai colocar à prova as convicções de cada mulher sobre si mesma e o compromisso para com a outra. Carol baseia-se no romance de Patricia Highsmith.
Carol é uma adaptação livre bem conseguida por Todd Haynes, do romance literário O Preço do Sal de Patricia Highsmith, que conta a história de um amor proibido entre duas mulheres de idade e estatuto social bem diferentes numa sociedade conservadora e particularmente intolerante, na América dos anos 50.
O realizador, apoiado pelo requinte da escrita de Phyllis Nagy, argumentista do filme, constrói uma obra de grande beleza captando quer os receios, as lágrimas, o desejo de um amor sincero, não tolerado pela sociedade, quer criando inúmeros momentos de erotismo magistralmente conseguidos através do fumo dos cigarros, do fumar com luvas, do atirar do fumo para quem está em frente, do guarda-roupa, do décor…
Haynes conta ainda com a fantástica interpretação de Cate Blanchett (Carol) no papel de uma mulher rica, sofisticada, à beira do divórcio que contracena com Rooney Mara (Therése) uma jovem empregada de balcão, frágil e espontânea à procura da sua verdadeira identidade.
O filme oferece ao espectador um quadro realista dos desafios e dificuldades de um amor fora dos cânones da época (a palavra homossexual ou qualquer outra com mesmo significado nunca aparece no filme).
Ao longo do filme o realizador prefere mostrar-nos o caminho que conduz à paixão do que a paixão em si mesma. E fá-lo com a mesma subtileza com que sugere como a intolerância continua a ser um peso nas nossas vidas. E da mesma forma faz-nos tomar consciência de que o moralismo nunca cede. Apenas aguarda uma oportunidade para vir ao de cima.
De salientar a forma como Haynes conta esta história de um amor proibido recorrendo a planos extremamente intimistas através das janelas dos carros, montras de lojas e restaurantes, como se nós próprios, como voyeurs, espreitássemos, por detrás do vidro. Estes planos cheios de simbolismo, à boa maneira clássica, revelam como as personagens estão desprotegidas.
O filme está nomeado para 6 Óscares da Academia. Estará a Academia a tentar ser mais inclusiva? Veremos.
Diana Lima escreve segundo as regras pré acordo ortográfico.
Título Original: Carol Realizador: Todd Haynes Elenco: Cate Blanchett, Rooney Mara, Kyle Chandler, Sarah Paulson e Jake Lacy
Género: Drama Outros dados: UK, EUA; 2015; Cores; 92 min.