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Cinema / Especial Oscars


Categoria de Melhor Actor e Melhor Actor Secundário


A estatueta de Melhor Actor - e o mesmo se aplica à de Melhor Actor Secundário - é um dos prémios mais esperados da noite e um dos que carrega mais prestígio, até na própria nomeação. Um actor nomeado que não ganhe o prémio final nunca pode ser um derrotado no verdadeiro sentido da palavra, pois carregará esse facto como uma honra e um selo de qualidade do seu trabalho até ao final da vida. Quantos trailers e filmes não anunciam os seus actores que ficaram “só” nomeados para Óscar com orgulho, pompa e circunstância?



Há competição feroz na categoria de Melhor Actor deste ano e muito a provar. Eddie Redmayne pode ganhar pelo segundo ano consecutivo. Bryan Cranston entrou a pés juntos no cinema através de uma série de sucesso - onde foi aplaudido justamente pelo seu trabalho enquanto actor - e pode cimentar o seu lugar num meio competitivo. Matt Damon e Michael Fassbender são actores de sucesso, protagonistas de grandes filmes ao longo da carreira, já donos de nomeações mas nunca de uma vitória. E Leonardo DiCaprio, sem dúvida uma das estrelas mais brilhantes na constelação de Hollywood, o caso de estudo do actor que nunca ganhou um Óscar, sem que ninguém consiga explicar porquê.


Nenhum destes nomeados é obviamente mais fraco que os outros. Mas como é que podemos fugir à narrativa Leonardo DiCaprio? Herdeiro de uma longa tradição de grandes actores italo-americanos - Robert DeNiro, Al Pacino - ficamos todos atentos sempre que é nomeado, todos fazemos a pergunta “será que é desta?”


Tanto para Leonardo DiCaprio como Matt Damon ou Michael Fassbender, o óscar deste ano seria uma honra absolutamente merecida. Lamento apenas que os filmes em destaque não sejam aqueles que verdadeiramente nos mostraram o que estes actores são capazes de fazer.


Mas no caso da Academia, que muitas vezes atribui aquilo que temos de interpretar como “prémio-carreira”, há que perdoar o desnível natural que existe entre a interpretação genial de um actor num filme que não é candidato aos óscares e rezar que um dia esse mesmo actor tenha a sorte de participar num desses grandes filmes para receber o prémio que merecia no primeiro, a verdadeira obra-prima.

Resta-nos a categoria de Melhor Actor Secundário. O nome em português é pior que o original pois substitui a palavra supporting - que lembra ajuda, uma peça fundamental na estrutura que é o filme - por secundário, como se este prémio fosse a piscina pouco funda e o outro a dos verdadeiros actores. Nada mais longe da verdade, como podemos constatar se olharmos para uma lista dos nomeados e vencedores ao longo dos anos, ainda que a lista deste ano seja particularmente contrastante com a lista dos nomeados para Melhor Actor.


Mas o sítio para onde devemos olhar é, claro, para as performances. E eu gostaria de atentar no caso particular de Mark Ruffalo, um actor que, para mim, se ergueu de um certo tipo de filmes para nos oferecer uma performance original e espectacular, uma personagem que se destaca num filme que não nos oferece poucas, que foi capaz de me surpreender pela positiva. E por estas razões penso que é o candidato mais interessante deste ano, aquele que me deu as provas mais convincentes de que, no futuro, pode passar facilmente para a dita piscina dos crescidos, sem que o prémio se perca num caso isolado.



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