Muay Thai foi a sua segunda opção de desporto. A primeira foi o motocross. O Muay Thai seria um complemento à sua preparação mas, ao fim de 8 meses, acabou por se tornar uma paixão. Paulo, mais conhecido por “Pilhas” devido à sua energia, vendeu as motas e passou a dedicar-se ao Muay Thai a tempo inteiro, desporto do qual nos falou.
“Tenho alunos dos 5 aos 70” explicou-nos Paulo “Pilhas” quando perguntámos quem eram os praticantes da modalidade. “Aqui, no Progresso Clube, dou aulas a crianças e a adultos. São advogados, empresários, estudantes…um pouco de tudo”.
O Muay Thai é uma arte marcial com origem na Tailândia, onde é considerado desporto nacional. Usam-se os punhos, os cotovelos, os joelhos, as canelas e os pés, em combinações de luta. E a questão que se coloca: homens e mulheres? “Sim, também ensino mulheres”, esclarece-nos “Pilhas”. “As mulheres querem aprender e treinar. Evoluem mais rápido que os homens. Provavelmente por nós, homens, queremos muito ir pela força. As mulheres vão mais pela técnica, talvez também por não terem tanta força mas acabam por chegar ao nível de competição mais depressa."
Trata-se de um desporto que exige muito dos seus praticantes a nível físico. Exige um grande trabalho a nível de ‘Cardio’ e trabalha todos os músculos. “A nível psicológico, torna a pessoa muito mais confiante”. E quanto à agressividade? “Aqui ninguém vem ‘apanhar de borla’. A pessoa aprende a defender-se, aprende a técnica e, só depois, passa ao contacto.”
Quanto a restrições, a prática do Muay Thai não é aconselhada a quem sofra de problemas de coluna ou a nível de joelhos.
Para além de ser praticante há cerca de 17 anos, Paulo “Pilhas” foi também selecionador nacional da modalidade em 2012. Falámos acerca das dificuldades de praticar Muay Thai em Portugal. “Temos bons atletas em Portugal e na Europa mas faltam-nos apoios. É muito difícil viver-se do Muay Thai a nível de competição. Os cachets são muito baixos. A nível nacional falamos de cachets de 500, 600…1000€.”
O Muay Thai exige equipamento como as luvas, as caneleiras, a coquilha e a proteção bocal. Todos os praticantes têm de possuir estas peças. “As lojas de desporto portuguesas vendem estes materiais mas são de fraca qualidade e duram pouco tempo. Ainda não estão preparadas para a prática destes deportos. Pode ser mais caro, mas podemos mandar vir materiais do estrangeiro. Os meus alunos podem ir comprando o equipamento aos poucos. O ginásio (Progresso Clube) empresta-lhes o material quando começam a praticar.”
Então, vamos experimentar?