A mudança exige esforço, concentração, força de vontade e crença em nós mesmos. Dia 13 de Março chegou. Depois de alguns meses, treinos e anseios, lá estava eu a encaminhar-me para o local da corrida. A primeira pergunta da manhã: "o quê, já chegou o dia?"
Cheguei sozinha mas não fiquei assim por muito tempo. Apesar de eu não ser muito adepta de desportos coletivos, foi bom conhecer outras histórias de pessoas para quem o verbo “correr” faz parte do vocabulário diário, ficar a conhecer outras provas e quais as mais difíceis (mais desafiantes também), através dos relatos animados de quem vivenciou tudo em primeira mão.
Esta história poderia ser um género de história de encantar: cheguei, corri para a meta e ganhei! Mas não, é uma história real de uma corrida que resultou numa espécie de longa caminhada ao sol. Erros? Cometi tantos! Mas sem arrependimentos! Partilho convosco os que me complicaram mais a vida:
Ouvir o nosso corpo. Quem pratica algum tipo de desporto pode confirmar que aprendemos a ouvir o nosso corpo de outra forma. Ainda me falta saber dar resposta à minha comunicação corporal. Talvez a falha seja ainda não saber bem o que comer antes da corrida, de forma a ter energia duradoura. Talvez a falha seja ainda não estar habituada a correr sem água durante um período de tempo (sim, porque a meio da corrida não encontramos água ao virar da esquina).
Pregadeiras. Dá-me vontade de rir ao pensar nisto…Como é que se corre sem ter pregadeiras para prender o dorsal? O que me valeu é que me deram duas pregadeiras no local de partida da prova. No entanto, teria dado mais jeito se tivesse mais duas ou três para prender bem o dorsal. Moral da história: se vai correr leve pregadeiras.
Mochila. O facto de ter ido sozinha e de transportes públicos dificultou-me a vida ligeiramente (se calhar não só ligeiramente). Levei carteira, chaves, água e…ainda tive de andar com o peso do saco que me deram no local da prova. Todo o peso às minhas costas, durante todo o tempo.
Ritmo. Nota importante a reter: aprender a manter o ritmo. A vontade de chegar ao fim levava-me a querer avançar mais rapidamente e depois o meu corpo “falava comigo” e obrigava-me a abrandar. Mas também é algo que se treina!
A chegada foi intensa. Controlei a lágrima no canto do olho e nem queria acreditar que tinha acabado. Foi intenso, exaustivo mas valeu a pena. Faria tudo novamente. Se faria melhor? Quem sabe! O que interessa é que foi apenas o início de uma mudança. O que se segue? Esperem para ver, em breve, na M.A.D.E magazine!