Sabe porque é que existem cada vez mais pessoas a ter animais exóticos como animais de companhia? Falámos com a Doutora Cristina Almeida, médica veterinária e responsável da Exoclinic, clínica especializada no tratamento de animais exóticos, localizada em Miraflores, Algés.
A Exoclinic abriu portas em 2008 e, desde então, é procurada pelos seus médicos veterinários e por ser um dos poucos locais, a nível nacional, que dá um apoio especializado a este tipo de animais.
Conforme nos explicou a Doutora Cristina Almeida, os principais clientes da Exoclinic são, atualmente, os coelhos e os papagaios cinzentos. No que respeita a répteis, os clientes são tartarugas e dragões barbudos.
E o que leva as pessoas a procurarem os animais exóticos como animais de companhia? “As pessoas gostam muito de ter animais de pequeno porte, carinhosos, como é o caso do porquinho-da-índia, a chinchila ou o coelho. Os mais jovens gostam de ter répteis em casa (por vezes até às escondidas dos pais). Os nossos clientes dividem-se principalmente em famílias com crianças pequenas que têm o seu primeiro animal de companhia. Por vezes são tartarugas, periquitos ou hamsters. Também temos casais jovens que, por opções de vida, não têm filhos e os animais ganham um papel muito importante dentro da sua afetividade. Existem ainda os idosos, cuja única companhia são os animais. Aí a escolha costuma ser mais as aves devido à sua longevidade. Um papagaio cinzento, por exemplo, pode viver cerca de 40 anos.”, explicou-nos Cristina.
Estes animais são escolhidos principalmente pela beleza e pelo fator surpresa: “as pessoas as pessoas pensam: ‘Como é que é possível fazer festinhas a uma iguana e ela reconhecer-me como dono ou chamá-la pelo nome e ela vir ter comigo?’ Um cão ou um gato são animais com comportamentos mais previsíveis e já sabemos melhor o que esperar. Estes animais surpreendem-nos em termos de aprendizagem, comunicação, comportamento, companheirismo e doçura.”
As pessoas estão informadas sobre como cuidar destes animais? A Doutora Cristina Almeida diz-nos que “sim e cada vez mais”. Notam-se ainda alguns erros na primeira consulta, muitas vezes devido à falta de conhecimento. O público procura cada vez mais informação e contactam até por e-mail, quando não têm forma de se deslocar pessoalmente até à clínica.
Sabia que os peixes também podem ser consultados? É verdade, é uma das áreas de atendimento da Exoclinic. Se conseguirmos perceber quando é que o nosso peixe está a ficar doente, principalmente devido a comportamentos fora do comum, podemos ainda tratá-lo no curto espaço de tempo que esta espécie tem entre o ficar doente e o morrer.
“Seja que animal for, o importante é a prevenção. Desparasitações regulares, análises às fezes. No caso dos peixes, a análise da água. Acredito que as pessoas vão perceber que esse esforço pode recompensar.”
A própria designação “Animais Exóticos” também poderá vir a mudar num futuro próximo. “Em França, por exemplo, usam a designação de «novos animais de companhia». Nós falamos em animais exóticos para distinguir dos animais de companhia mais tradicionais como cães e gatos. Acredito que no futuro comecemos a falar de novos animais de companhia em vez de animais exóticos.”, diz-nos a Doutora Cristina.
“Animais exóticos” será uma temática a acompanhar a partir de agora, na M.A.D.E magazine. Saiba quais os cuidados a ter, qual a manutenção necessária e fique a saber quais os animais que precisam de mais atenção, ou quais serão mais adequados ao seu estilo de vida.