A palavra pranayama é dividida em prana (força vital) e ayama (dimensão). Para melhor percebermos o seu significado podemos dizer que pranayama á a dimensão ou a capacidade prânica de cada um. Esta prática é imensas vezes traduzida por controlo da força vital. No entanto, pranayama é mais do que isso. É uma técnica que tem por objectivo potenciar o aumento e a extensão da prana e ainda o de alcançar o equilibrio no corpo e controlo da mente.
A respiração é a ferramenta usada para se praticar esta técnica e ela é baseada em 3 etapas diferentes: pooraka (inspiração), kumbhaka (retenção) e rechaka (expiração).
Segundo Patanjali pranayama é apenas a retenção. A inspiração e a expiração são apenas as pontes que possibilitam a retenção.
A retenção é de facto o meio que permite o aumento da dimensão de prana. É através dela que há uma maior assimilação de prana, uma vez que possibilita uma maior troca de oxigénio e dióxido de carbono em todas as células.
Uma novidade! Nós não respiramos de forma igual pelas duas narinas. Respiramos sempre mais por uma do que por outra. Este processo vai alternando ao longo do dia e é somente no acto desta alternância que respiramos pelas as duas narinas de forma igual e ao mesmo tempo.
Como tinha explicado no artigo anterior a prana flui através de canais chamados nadis. Existem cerca de 72.000 canais no nosso corpo sendo que 3 são os mais importantes. Estes são: ida, pingala e sushumna.
Hoje vamo-nos focar somente no ida e no pingala.
IDA é o canal que corresponde à narina esquerda, parte esquerda do corpo e hemisfério direito do cérebro. Este é o lado feminino, criativo e emocional, mas também o lado inconstante e depressivo. É a lua!
PINGALA é o canal que corresponde à narina direita, parte direita do corpo e hemisfério esquerdo do cérebro. Este é o lado masculino, lógico, da força e da acção, mas também o lado mais agressivo. É o sol!
Percebem agora porque respiramos sempre mais por uma narina que outra?
Se tiverem dificuldade em observar este facto existe uma maneira bem simples de se fazer. Basta pegar num espelho pequeno (aqueles portáteis) e expirar com ele por baixo das narinas. O vapor ficará gravado no espelho e a mancha maior indicará o canal que está mais aberto nesse momento.
O objectivo da prática de pranayama é o aumento da prana bem como o equilibrio destes 2 canais. Isto é, o ida não se sobrepor ao pingala e vice-versa.
Como referi no artigo anterior esta técnica também ajuda na remoção das toxinas e bloqueios presentes nos canais. Sem esta purificação a prana não consegue fluir na sua autenticidade. Por outras palavras, não conseguimos utilizar todo o nosso potencial em termos de energia e consciência.
Relembro também que esta técnica deve ser praticada em conjunto com as asanas (posturas) e shatkarmas (técnicas de limpeza e purificação). A alimentação é outro ponto bastante importante. Uma alimentação sattwic (pura) é essencial. Só assim o corpo e mente estarão equilibrados e purificados permitindo a união com a consciência suprema.
Existem imensas técnicas de pranayama potenciando diferentes experiências no nosso corpo e mente. Contudo, elas devem ser apenas praticadas na presença de um bom professor que conheça bem os seus alunos.
Os Yogis defendem que pranayama pode curar todas as doenças presentes no nosso corpo e mente, mas se esta for mal praticada pode despelotar todas as doenças e mais algumas em nós.