ESTREIA a 31 de março de 2016
Avaliação crítica: XXXXX
Eddie a Águia é, sem rodeios, aquilo a que se chama um feel-good movie. Sem rodeios, ou sem enganos, porque não pode nem consegue disfarçar-se de outra coisa qualquer. Não é uma biografia do verdadeiro Eddie “The Eagle” Edwards; os elementos mais “dramáticos” da viagem até ao fundo do topo de Eddie são bastante exagerados. Conhecendo apenas os traços gerais da sua biografia, duvido que tanta gente o tenha tratado assim tão mal. O verdadeiro Eddie chegou até a aparecer no Tonight Show durante os Jogos Olímpicos sendo que, por essa altura, já era tratado como um símbolo de perseverança, verdadeiro espírito dos Jogos e celebridade no geral.
Num volteio de ironia da História, o verdadeiro legado de Eddie reflecte-se na mudança subsequente das regras de acesso aos Jogos Olímpicos por parte do comité: hoje em dia é perfeitamente impossível para um amador caminhar nas pegadas de Eddie, tenha ou não perseverança.
Mas nada disso interessa para o caso e é, aliás, refrescante ver um filme, realizadores e produtores que perceberam o verdadeiro objectivo da sua missão: contar a melhor história possível. Pegaram num tema e numa personagem reais, é certo, e poderíamos até dizer que a história de Eddie já suficientemente impressionante e descartar desta forma as tangentes mais improváveis do filme (o seu salto pode não ter sido suficiente para os Jogos mas catapultou-o definitivamente para uma vida recheada de improváveis passos de fama e patrocínios). Mas dizer isso seria passar ao lado da questão.
Voltemos atrás: Eddie a Águia é um feel-good movie, armado com aquela palavra discreta que muda tudo: inspiração. É inspirado em eventos reais. Tal como o falhanço de Edwards lhe permitiu levar uma vida completamente diferente da que teria se fosse um atleta fenomenal - e, dessa forma, inspirar e emocionar pessoas em todo o mundo (e sejamos honestos: quando é que em países como Portugal alguém prestaria atenção a saltos de esqui?) - os produtores pegaram numa história de vida diferente e curiosa para fabricar um filme de sucesso e emotivo, uma tarde bem passada no cinema que no pior dos casos nos deixa indiferentes mas que, no reverso melhor, pode até, momentaneamente, apanhar-nos desprevenidos, servir para nos deixarmos levar por um filme de puro escapismo. E isso tem algum mal?
Título Original: Eddie The Eagle
Género: Drama
Realizador: Dexter Fletcher
Produtores: Matthew Vaughn, Adam Bohling, David Reid, Rupert Maconick, Valerie Van Galder
Elenco: Taron Egerton, Christopher Walken, e Hugh Jackman