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Saúde Sexual Feminina


Pintura de Fernando Barbosa

Este artigo tem como objetivo falar das questões mais atuais da saúde sexual feminina e problemas sexuais que as mulheres mais sofrem, seja por motivos físico, por motivos psicológicos ou até ambos. Conheça-os e saiba como combater.


Falta de Desejo Sexual. Esta pode ser proveniente dos mais diversos fatores. Pode ser influenciada pelo estilo de vida, a falta de tempo e concentração no parceiro sexual e, ainda mais grave, a falta de tempo e atenção consigo mesma. Esta falta de cuidado, pequenos fatores como: “esta semana não me apetece fazer a depilação mas também não quero que ele sinta que estou peluda”, “engordei uns quilos e ele até já reparou…não me sinto à vontade em tirar a roupa à frente dele”. Este "pouco à vontade" com o parceiro vem do "pouco à vontade" que as mulheres têm consigo mesmas.


Anorgasmia. Trata-se da incapacidade de obter o orgasmo. Esta pode acontecer mesmo quando existe desejo sexual. É como se estivéssemos a falar de um bloqueio. Pode derivar de um problema orgânico (mas numa percentagem mínima dos casos), como disfunções hormonais. A grande parte dos casos dá-se devido a razões psicossociais, como as que falamos na falta de desejo sexual. Estar pouco à vontade com o seu corpo, dificuldade em estar “presente de corpo e alma” no momento, em vez de divagar acerca dos problemas do seu dia-a-dia (mesmo que só o pense e não o verbalize), são fatores que fazem com que a mulher não desfrute do momento e não atinja o orgasmo.


Dispareunia. Dor durante a relação sexual. Pode manifestar-se tanto em mulheres como em homens, apesar de ser muito mais frequente no sexo feminino. Deve-se a vários fatores como: a falta de lubrificação vaginal (muitas vezes por falta de preliminares); devido a uma infeção ou inflamação; devido a uma alergia a algum método contracetivo utilizado; ou devido a uma deficiência estrogénica (muitas vezes sofrida na menopausa).

Estes problemas físicos tratam-se com fármacos, sendo que cada diagnóstico tem o seu tratamento mais indicado.

É importante analisar se o problema será psicológico, como em casos em que a mulher sente indiferença ou até mesmo ódio pelo seu parceiro sexual. Isso pode levar à dispareunia.


Vaginismo. Incapacidade em ter penetração sexual. Existem espasmos involuntários que levam a que a penetração não seja bem-sucedida ou muito dolorosa. Existe o vaginismo primário, no qual a mulher nunca conseguiu ter um relacionamento sexual sem dor. Neste tipo de vaginismo não se consegue sequer usar absorventes internos ou fazer exames pélvicos. Já o vaginismo secundário regista-se mais tardiamente, normalmente depois de um episódio como um parto, uma cirurgia ou na menopausa. Pode afetar até mulheres que já tenham uma vida sexual sem qualquer problema ou transtorno há anos. O tratamento começa sempre por perceber as causas, tal como nos outros problemas sexuais. São seguidas várias etapas, com técnicas de inserção, a focagem nas sensações (a frustração que a mulher pode sentir é a grande inimiga da cura deste problema), até chegar ao conforto total. Os casos costumam ser acompanhados por ginecologistas.


Todos estes problemas mostram ter uma fonte: o “pouco à vontade” da mulher com o seu corpo. Ainda estão aqui envolvidas causas culturais, pois a tradição diz-nos que o homem teria sexo por prazer e para engravidar a mulher, a qual teria a função de procriar. Este tabu tem sido desvendado mas a falta de auto estima, a falta de conhecimento do próprio corpo ou traumas vividos são fatores ainda muito determinantes na forma como a mulher vê a sua vida sexual.

Será ainda essencial o papel do parceiro sexual que deverá ajudar a parceira desde os preliminares e durante todo o ato. O sexo tem de ser visto não só como um ato mas como um momento de partilha íntima e exploratória entre o casal.

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