Decidiram abrir uma escola para prestar todos os ensinamentos a toda a comunidade animal, de forma a que tivessem competências adequadas. O coelho disse que deveria existir a disciplina de corrida; o pássaro afirmou que voar era também disciplina e, para a tartaruga, nadar era mais que óbvio necessário para a aprendizagem.
Quando começaram as avaliações, o coelho tinha EXCELENTE a correr, mas quando começou a voar, caiu de costas e passou a ter MÉDIO na corrida e MAU a voar. Sem contar a nadar, era PÉSSIMO.
O pássaro, tinha EXCELENTE a voar, mas no dia de correr, cansou-se tanto que tropeçou e partiu o bico e uma asa. Desde aí, teve MÉDIO a voar, e PÉSSIMO a nadar era o melhor que tinha conseguido.
A tartaruga, tinha EXCELENTE a nadar, mas na corrida tirou HORRÍVEL, pois levou 4 horas a fazer o percurso que era suposto ser em 1 hora! Na disciplina de voar, nem avaliação teve, chumbou directamente.
No final do ano, somente a doida da cobra, que foi assim apelidada, nem voava, nem corria e nadar era batota, pois ia praticamente sobre a água. No entanto, colocava-se sobre ela mesma e dançava, coitada. Chumbou directamente.
Esta história fala-nos de como é a questão de valorizar cada qualidade de cada um de nós. Colocar qualidades e competências onde elas não têm hipótese de florescer é deitar essas mesmas competências e qualidades ao lixo.
Muitos de nós não temos noção do que valemos e da verdadeira qualidade que habita dentro de si. Vagueamos dias atrás de dias sobre opiniões de terceiros, e nunca chegamos ao ponto de nos valorizarmos como deveria ser.
Seguir os nossos corações, as qualidades existentes em nós, desde que nascemos, é o que deveríamos seguir, ao invés de seguir o que os outros nos colocam à frente para seguir.
Coitado do músico cujas notas voam e fluem na sua mente e que compõe lindas canções e é considerado um real génio, e que, numa pequena prova matemática, é considerado um autêntico burro sem conhecimento. Até mesmo, aquele agricultor que cuida da terra como ninguém, mas que inglês é algo que não sabe falar, é rotulado de ignorante em línguas.
Cada um de nós tem as suas capacidades e as suas qualidades únicas, aquela magia que existe nas células e que brilham cada vez que fazemos o que realmente gostamos e para o qual nascemos.
Saber as nossas verdadeiras capacidades permitirá assim que, quando tivermos de executar algo, saibamos que o que sabemos fazer, o outro pode não ter essa capacidade, e que esse outro pode não ter a mesma capacidade que nós para fazer o que fazemos maravilhosamente.
A aceitação de cada um como verdadeiramente é, é a magia de Ser.
Como o velho ditado diz: “Cada macaco no seu galho”. E eu ainda acrescento: “...Para que toda a Natureza seja devidamente equilibrada, cada um com as suas competências e qualidades.”