Já ouviu falar em ‘Cavia porcellus?’ De certeza que sim, só que não por este nome científico. Estamos a falar do porquinho-da-índia, um roedor com um sistema de defesa muito particular: este animal permanece imóvel quando se vê perante um predador.
Herbívoros por natureza, a alimentação deste pequeno companheiro necessita de muita fibra e consiste essencialmente em feno, maçã, cenoura e couve, entre outros legumes e frutas. É necessária uma grande quantidade de vitamina C. As fêmeas grávidas devem consumir alfafa com regularidade.
A esperança média de vida do porquinho-da-índia é de 5/6 anos e atinge a sua maturidade sexual aos 3 meses (no caso dos machos) e aos 4 meses (no caso dos fêmeas).
Estes animais são bastante sociáveis. Como animal doméstico, para quem opte por ter mais do que um destes animais, deve optar por indivíduos do mesmo sexo para evitar a reprodução exagerada.
Quanto ao alojamento, apesar do seu pequeno tamanho, os ’cavia porcellus’ necessitam de espaço, para se exercitarem e brincarem à vontade, e de esconderijos para tornarem a brincadeira ainda mais interessante. No fundo da gaiola deve usar-se um substrato que absorva a urina (deve ser evitada areia para gato). Sempre que possível, devemos deixar o porquinho-da-índia sair da gaiola para poder brincar num espaço onde possa fazer mais descobertas.
Não ao banho e sim à escovagem! O banho só deverá ser dado se for mesmo necessário. A escovagem deve ser uma prática habitual e a sua frequência depende do tamanho do pelo do animal, podendo ser diária se o pelo for significativamente comprido. As unhas devem ser aparadas sempre que necessário (crescem com rapidez).
Afinal, como é viver com um porquinho-da-índia? Inês Silva conta-nos a sua experiência com Olívia, uma porquinha-da-índia muito cuidada e acarinhada.
M.A.D.E magazine: Porque é que escolheu este animal?
Inês Silva: Desde sempre que me lembro de querer um porquinho-da-índia. Sou apaixonada pela generalidade dos animais, e gostava de ter um pequeno zoo em casa, mas os porquinhos-da-índia sempre estiveram no topo da lista por serem tão amigáveis e por gostarem de interagir com os donos. E assim surgiu a Olívia.
M.A.D.E magazine: Quais são os principais cuidados a ter com ele?
Inês Silva: Parecendo que não, os porquinhos-da-índia requerem bastantes cuidados. Começando na alimentação, a água, feno e ração têm de ser diários, bem como uma seleção de cerca de 5 vegetais bastante nutritivos. Também é essencial deixá-la andar a correr solta durante pelo menos meia hora por dia e manter a gaiola limpa. E, claro, muitos mimos, já que os porquinhos-da-índia são animais extremamente sociáveis e ela não tem “irmãos” da mesma espécie.
M.A.D.E magazine: Quais sente serem as principais vantagens de ter um porquinho-da-índia?
Inês Silva: Acho que os porquinhos-da-índia são dos roedores mais amorosos e sociáveis. Todos têm uma personalidade muito própria e isso é muito engraçado de observar. Para quem gosta de animais “de colo”, é um animal fantástico para isso, adoram enroscar-se no colo dos donos.
M.A.D.E magazine: E desvantagens, há? Quais?
Inês Silva: Quem nunca teve porquinhos-da-índia, tem mesmo de se dedicar a estudar bem estes animais quando adquire um. Como são os únicos roedores que não conseguem fabricar a própria vitamina C (tal como nós), há que estudar quais os melhores legumes e frutas para lhes dar. No entanto, as vantagens ultrapassam largamente as desvantagens porque, depois de algum estudo, é fácil apanhar o jeito.
M.A.D.E magazine: É um animal que pense continuar a ter ao longo da vida?
Inês Silva: Os porquinhos-da-índia podem viver cerca de 8 anos, pelo que ainda conto ter a minha Olívia por muitos mais! E sem dúvida, são animais fantásticos e que quererei sempre ter.