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Filme / MONEY MONSTER


Clica na imagem e vê o TRAILER do Filme / MONEY MONSTER

ESTREIA a 12 de maio de 2016


Avaliação Crítica: MM


Money Monster não é, de todo, um filme simples, quer no desenrolar da história (cheia de peripécias e personagens diferentes) quer no desenvolvimento do tema. Por outro lado é um filme simplório, que reduz a caricaturas ridículas personagens e motivações sem sequer conseguir assumi-las plenamente, tropeçando numa complexidade invisível que preferia que tivessem.


O apresentador de um programa de televisão educativo sobre a bolsa - George Clooney - é sequestrado ao vivo por um investidor defraudado - Jack O'Connell. É lhe vestido um colete-bomba e agora o sequestrador quer fazer… algo? Transmitir uma mensagem ao mundo, é claro, esse é o primeiro ponto na agenda. Depois disto os objectivos ficam mais nebulosos; a certa altura ele diz saber que a sua missão é suicida, sem nunca clarificar os motivos que estão por trás desse empreendimento. Quer uma explicação da parte de quem o enganou? Talvez, mas ficamos com dúvidas que qualquer explicação conseguisse acalmar um bombista de pistola na mão que já admitiu estar preparado para morrer. E quando a equipa de negociações da polícia vai buscar a namorada que entre gritos lhe diz que ele é um idiota porque investiu todas as poupanças do casal, somos forçados a concordar com a namorada, que logo desaparece para os bastidores do melodrama.


Nesta altura a nossa empatia pela causa anti-capitalista do bombista - ou pela personagem em si - já se esvaziou completamente. Mais incompreensível se tornará, então, a decisão solidária de George Clooney de o ajudar numa jornada pelas ruas de Nova Iorque para confrontar o verdadeiro vilão: a cara da corporação que defraudou os investidores e que (num momento de fraqueza em que o filme não tem a certeza se os seus vilões são suficientemente malvados) ainda por cima tem negócios obscuros na África do Sul.


Agora que o filme já não pretende qualquer tipo de verosimilhança ou seriedade há momentos surreais. Temos um bombista nas ruas de Nova Iorque que não é instantaneamente abatido pela polícia porque está ao pé de um apresentador de televisão. Mesmo depois de disparar sobre um outro produtor de televisão (que não é importante porque, além de ser usado apenas para conveniência do enredo e um par de piadas, não sabemos se é rico ou pobre). Mesmo depois de sabermos que a polícia está disposta a matar os dois se for preciso.


Há outras personagens satélite e inúmeras cenas confusas. Hackers islandeses, nerds coreanos, uma produtora em mudança de carreira, uma CCO enganada, tudo para todos os gostos, sem um foco claro. Mas não vale a pena circular o assunto; o filme pouco mais oferece além de decisões de realização incompreensíveis que só nos distanciam das personagens e temas. E uma das decisões mais confusas é a escolha de um actor tão pouco carismático para o papel do sequestrador. A interpretação de Jack O'Connell perde-se no meio da cena e é um dos principais factores para a falta de interesse e investimento na sua personagem e motivações.


O que começou como um filme energético, com uma proposta original e personagens potencialmente interessantes rapidamente se transforma numa série de já-vistos e temas superficiais que se vão tornando cada vez mais problemáticos, como uma bola de neve, até um final previsível e só por isso pouco decepcionante.

Título Original: Money Monster

Género: Thriller

Realização: Jodie Foster Elenco: George Clooney, Julia Roberts, Jack O’Connell, Dominic West, Giancarlo Esposito, Caitriona Balfe

Distribuidora: BIG Picture

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