Caros Pais, Educadores e Leitores em geral
Inicio hoje, a colaboração com a M.A.D.E, uma revista com um conceito diferente e que desde logo percebi que é um grande projecto. Acredito que a contribuição de diversos profissionais, é uma grande mais-valia, indo ao encontro dos mais variados interesses.
A minha área de intervenção, apesar de ser mais direccionada para as crianças e pais, tem sido transversal, passando também pelos adolescentes e adultos em geral. Por esse motivo, tentarei ir ao seu encontro, com temáticas umas vezes mais direccionadas a determinada faixa etária, outras vezes mais abrangentes. - Temas que espero serem úteis e pertinentes.
Gostaria que me acompanhasse. Esta será a minha missão: Transmitir a experiência clínica, partilhando-a consigo, dando também algumas sugestões que possam ajuda-lo a desenhar a sua vida. A vida, que certamente irá partilhando, com as ‘suas pessoas’, de forma a construir uma das melhores histórias de sempre: A sua história!
E assim, começa esta nossa viagem.
Pedir ajuda! - Quando o devo fazer?
São diversos os Pais que me questionam. São imensas as questões com que me deparo diariamente, sendo uma das muitas inquietações recorrentes, a incapacidade de compreensão sobre o momento certo para pedir ajuda.
Quando e como é que sei que o meu filho precisa de ajuda?
Na prática clínica diária, tenho verificado que os pedidos quando chegam ao consultório já se aproximam de um limiar de incompreensão e desorganização (interna), que verifico não estarem a conseguir controlar. A reforçar esse meu entendimento, oiço frases como “ Não sei o que mais posso fazer”, “Não percebo o que se passa”, “Já tentei | tentámos de tudo”, “Acho que preciso de ajuda”.
Sabemos que a vida e o tempo avançam a uma velocidade alucinante. Sabemos que a “correria matinal’, as idas e voltas dos infantários, das escolas e colégios, as actividades extra curriculares, as festas de aniversário aos fins-de-semana, os empregos cansativos, a logística diária e as rotinas de ‘sol a sol’, muitas vezes, não são factores favoráveis à calma e à serenidade, tão importantes para que se consiga estar disponível e atento. Devo, naturalmente, validar todas estas questões. Mas sabemos também, que essa disponibilidade e atenção são pilares indispensáveis a uma proximidade que promove uma relação de qualidade, tão essencial na vida das crianças, na vida dos filhos. É muito importante transmitir e fazer entender, que a disponibilidade e a atenção serão condições facilitadoras da compreensão do momento certo para pedir ajuda.
Esse momento, geralmente (quase sempre), vem no seguimento de sinais diários, como chamadas de atenção constantes, birras, choro consecutivo, comportamentos de oposição, irritabilidade, entre muitos outros. E se existir essa atenção e disponibilidade, será possível, pelo menos compreender, que algo diferente se passa.
Poderá não perceber os motivos. Poderá não entender o que está a acontecer verdadeiramente. Não terá, certamente, o distanciamento suficiente para conseguir analisar da melhor forma, mas conseguirá compreender que “algo não está bem”, “que está diferente do habitual”, “que não tem por hábito acontecer”, “que a partir de determinado momento deixou de ser como sempre foi”.
E se essa diferença se mantém e se prolonga no tempo, deverá ser um sinal de alerta.
É este o momento, em que o seu filho mais precisa de si.
É este o momento certo: Agora!
Deixo uma nota: É muito importante que os Pais estejam atentos. Há sinais que podem ajudar. É urgente transmitir que quanto mais cedo chegar o seu pedido de ajuda, mais fácil será o caminho. Mais fácil será a intervenção.
Até breve.