“Can´t we all just get along?” - Rodney King
Se alguém num dia ventoso passar por si com um lenço na cabeça a tentar proteger-se do vento, incomoda-o?
E se alguém estiver super bronzeado depois do verão?
E se não morar na sua zona?
E se não gostar tanto de bifes mas mais de peixe frito?
E se costuma dobrar as meias em bolas ou soltas dos pares?
E se achar que o facto de hoje lhe doer os dedos dos pés é porque amanhã vai chover…Incomoda-o?
Se nenhuma destas situações o incomoda então leia as seguintes perguntas:
Se uma mulher passar por si de burca incomoda-o?
E se for preto?
E se morar num país árabe?
E se for vegetariano ou comer insectos?
E se tem por hábito partir um copo no seu casamento ou rezar deitado no chão ou acender insensos?
E se achar que o mundo foi criado por Deus ou que reencarnamos ou que não somos nada de especial?
Se alguma destas situações já o incomoda…então, por favor, explique-me porquê! A única diferença está no seu significado, no facto de transparecer uma ideia, um ideal, um hábito ou uma crença. Então porque é que isso o incomoda apesar de não influenciar diretamente nenhum aspecto da sua vida?
Porque tem tanta necessidade de justificar a sua opinião como sendo a mais correta?
Porque quer ver o mundo uniformizado à sua imagem?
Tem medo? Ou tal desinteresse na própria vida que precisa opinar na dos outros?
O que leva alguém a ser tão fervoroso na defesa da própria visão das coisas ao ponto de querer criar leis e originar guerras? Não acredito que seja um tal sentimento de altruísmo para com o outro que queira apenas “salva-lo” ou redimi-lo”.
Não vou deixar diretrizes a ignorantes dizendo que os árabes não são sinónimo de terrorismo nem a cor da pele indicativo de personalidade… mas deixo sim a reflexão e o pedido que um dia fez Rodney King – “Can´t we all just get along?”