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Felicidade


Nuno Ramos

Existe uma busca incessante sobre a felicidade. Aprendemos que precisamos de bens materiais para sermos felizes, e esquecemos a essência com a qual nascemos. Perseguimos um objectivo e enquanto não o atingirmos, sentimos a infelicidade, e mesmo depois de o atingir, logo a seguir de o ter, estamos de novo na infelicidade e queremos já outra coisa para colmatar esse espaço vazio existente.

Só precisamos de algo, quando não o temos. Só podemos encher uma gaveta quando esta está vazia. Sentimos infelicidade porque estamos vazios, mas, esse mesmo vazio dá uma dor prazerosa. É neste ciclo vicioso que vivemos.

Dor é igual a prazer. E isso é-nos dado desde pequenos. De que "temos" de sofrer para ter, e que, temos de tirar prazer desse acto. A felicidade é Ser. É estar num estado de vazio universal, mas em que não existe vazio. Apenas existe matéria. Apenas existe o Ser de cada um de nós, num Universo composto por toda a felicidade.

A infelicidade foi criada pelo homem quando teve a vontade de querer mais, e, no momento em que teve consciência de que não ia ter o que queria, ficou num beco sem saída, e decidiu criar algo para dar resposta a esse acto, e chamou-a de infelicidade.

Os bens materiais apenas colmatam uma necessidade que temos de encher um vazio nosso. E sim, é preciso criar um vazio. É preciso criar um vazio na infelicidade, para enchê-la de felicidade.

Somos os seres mais criativos que existe neste planeta. Conseguimos imaginar, criar e construir. Nenhum outro Ser o faz. E porquê? Porque todos os outros Seres são felizes como são. A baleia, é a baleia, e o pássaro é o pássaro. Ele não querem saber de inventar nada. Têm tudo o que precisam para viver.

Somente o homem é infeliz. Somente o homem tem de estar ocupado a criar para colmatar a falha de Ser. A falha de não ser feliz.

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