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Filme / RAINHA DO DESERTO


Clique na imagem para ver o trailer do filme

ESTREIA a 09 de Junho de 2016


Avaliação Crítica: MMM--


O último filme de Werner Herzog retrata um pedaço da vida de Gertrude Bell, uma das mais influentes e fascinantes jogadoras no conflito do Império Britânico no Médio Oriente.


A sua carreira enquanto exploradora, diplomata, espia é retratada fielmente no filme, que nos conta a história da sua ida para o Médio Oriente e da construção do seu legado político e também quase-mitológico.


Um dos aspectos mais interessantes do filme é talvez a forma como não esconde as intenções ou a natureza de Gertrude e das pessoas que a rodeiam: ela nasceu e vive num mundo de aristocratas, rica e sem preocupações, bonita e inteligente. Um mundo que pode quase parecer demasiado glamoroso ou irónico para ser verdade se nos esquecermos que está a beira do fim. A Europa e os europeus do filme são já os herdeiros de uma decadência e de guerras que marcaram a forma como a história vai ser escrita: o fim do Império, o fim de um estilo de vida, o fim do Velho Continente.


E no caso do filme, as divisões arbitrárias e suicidas dos territórios do Médio Oriente entre as grandes potências ocidentais. Este é o mundo de Gertrude e nem ela nem o filme o escondem ou dele se envergonham. Pelo contrário, a pergunta que Gertrude coloca a si mesma é de outra natureza. Ela questiona o seu lugar no mundo, a sua missão, como é que pode fazer o bem pelos que estão à sua volta, usando a sua posição e influência, a sua riqueza e intelecto. Torna-se numa das mais estimadas figuras entre ocidentais e árabes.


Apesar do filme estar bem conseguido e tocar em todos estes pontos com habilidade, há alguma coisa que falta. A sua natureza biográfica dificulta um trabalho mais livre sobre as cenas e os acontecimentos do filme mas, no caso específico deste filme, seria preferível se assim não o fosse.


Portanto existem algumas cenas cujo propósito é mais duvidoso. Se enquanto filme de aventura e exploração não destoam e são interessantes - além de bem filmadas - enquanto filme que retrata uma personagem aristocrática e bem intencionada numa missão podem aparentar estar a mais; é essencial que as missões de Gertrude sejam claras e decididas. O oposto cai muito facilmente no buraco da personagem rica que deambula de um lado para o outro porque pode. Não sendo esse o propósito nem o aspecto da história, o filme corre esse risco desnecessário demasiadas vezes.


Sinto que o filme seria mais forte se nos mostrasse o outro lado da vida de Gertrude Bell: as grandes (muito maiores que o filme finge) dificuldades no desenho das fronteiras, o seu testemunho de atrocidades como o genocídio arménio ou a venda de escravos, o seu trabalho enquanto espia. Em vez disso temos uma história de amor, que não está de todo à altura das cenas em que não é importante.



Realizado por Werner Herzog

Argumento de Werner Herzog

Elenco: James Franco, Robert Pattinson, Nicole Kidman, Damian Lewis

Distribuidora NOS Audiovisuais

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