“O meu filho ainda não fala - ou fala mal -, porque é muito preguiçoso” ou “basta dar-lhe tempo e ele vai começar a falar sem ajuda” são dois mitos muito comuns e que, com certeza, já disse ou ouviu alguém dizer.
Hoje em dia, ainda há uma grande tendência para desvalorizar as questões da Comunicação, Linguagem e Fala, colocando-as num patamar inferior ao do desenvolvimento motor e à saúde em geral. No entanto, estas três áreas são da maior importância já que, quando existem dificuldades, estas podem prejudicar o bem-estar da criança e da família, as relações com os pares e com os adultos, a autoestima e mesmo as aprendizagens escolares (ainda que, à data das dificuldades, a criança ainda não frequente a escola).
É também comum a ideia, disseminada por alguns profissionais de Saúde, de que “fazer Terapia da Fala antes dos 3 anos – por vezes, quando a criança ainda praticamente não fala, não dá resultado”. No entanto, devemos pensar exatamente o oposto - é importante que a intervenção seja precoce, de forma a não agravar, ou mesmo criar novos problemas.
Existem sinais de alerta que podem ser observados a partir do nascimento mas, para efeitos de Terapia da Fala, os pais deverão estar progressivamente mais atentos à Comunicação e à Linguagem do seu filho a partir dos 12 meses. Nessa altura, o bebé já deverá brincar (de forma adequada à sua idade) e reagir quando brincam com ele – sorrindo ou imitando – e produzir alguns monossílabos. A partir dos 18 meses, é esperado que já compreenda instruções simples, que diga palavras simples e que faça alguns pedidos, ainda que de forma rudimentar.
A partir dos 2 anos surge a maioria das capacidades linguísticas. Os pais deverão procurar um Terapeuta da Fala quando, nesta idade, a criança tiver um vocabulário muito inferior a 50-200 palavras, usar apenas vogais ou uma sílaba para dizer quase todas as palavras, dizer uma palavra uma vez e raramente a repetir, não apontar para partes do corpo, não fazer nem responder a perguntas sim/não, não juntar duas palavras para formar uma pequena frase, ter dificuldade em imitar gestos simples ou mesmo comunicar maioritariamente por gestos.
É exatamente nesta faixa etária, dos 2 aos 3 anos que, atualmente, surgem na Ipsis Verbis mais crianças para intervenção. Por atribuirmos um grande valor à prevenção e à Intervenção Precoce, cada vez mais surgem famílias preocupadas em resolver todas estas questões para que não haja repercussões mais tarde.
Nesta fase, o trabalho é maioritariamente aquilo a que chamamos “de chão”. Utilizando brinquedos adequados à idade, ou mesmo os brinquedos da criança, são feitas pequenas “brincadeiras”, sempre divertidas e muito dinâmicas, com a finalidade de atingir os objetivos que pré-estabelecemos. Para uma maior continuidade do trabalho, e porque este tem de ser feito em equipa, são sempre dadas estratégias aos pais para irem pondo em prática em casa. A família é sempre membro integrante da equipa!
Quando as crianças já são mais velhas, os pais deverão estar sobretudo atentos a dificuldades de Articulação, Linguagem ou Leitura e Escrita. Quando existem queixas na escola relativamente a alguma destas áreas, a forma mais simples de saber se existe algum problema que deva ser trabalhado é através da realização do rastreio gratuito que a Ipsis Verbis oferece e que, de forma imediata, diz aos pais se existe necessidade de uma avaliação e posterior intervenção. Todas as sessões são completamente personalizadas, baseadas no gosto da criança e, sempre que possível, realizadas com base na “brincadeira”.
A Ipsis Verbis atua ao domicílio e em escolas, no distrito de Lisboa.
Inês Peres Silva
Terapeuta da Fala Ipsis Verbis®