Vivemos num tempo em que as crianças não se sabem “desenrascar”. Cada vez mais se assiste a uma dependência, essencialmente emocional. É certo que os perigos circundam as crianças, mas coloca-se a questão se protegê-las será a melhor opção para a criança, ou para os pais que vivem aterrados de medos.
Passemos à receita para criar crianças protegidas, mas dependentes: * Desde cedo, quando ela chorar pegue ao colo imediatamente; * Não a deixe chorar por ter fome, dê-lhe logo de comer; * Não a deixe pedir as coisas por palavras, basta um leve aceno e você dá;
* Quando ela começar a andar, muito cuidado, não deixe dar muitos passos pois pode cair; * Não a deixe brincar com outras crianças, e se por acaso ela o fizer esteja em cima dela, se a outra criança lhe bater interfira; * Obrigue-a a estudar, e levar os trabalhos da escola feitos (corrija-os antes de ir para a escola); *Quando ela não conseguir resolver um problema, resolva-o por ela; *Dê-lhe tudo o que ela pedir, principalmente se ela fizer birra.
É certo que educar uma criança não é tarefa fácil, cada criança é uma criança e todas têm o seu feitio é maneira de ser. Contudo, parece importante pensar como as podemos educar de forma a torná-las adultas autónomas. Receitas mágicas não existem, mas há pequenos passos que podem fazer toda a diferença para um crescimento saudável, implicando por isso independência emocional.
Dar-lhes espaço para esperar e criar tolerância à frustração é oferecer lhes as ferramentas essenciais para se autonomizarem Essencialmente, é preciso pensar: “criar uma criança é fácil, difícil é educar”.