"...No entanto, todos os dias e a toda a hora, confiamos em algo que não vemos, e nem sequer nos damos conta de que delegamos milhares de funções a algo intrínseco, a algo que se criou sem a nossa ajuda, algo que em equipa trabalha desde o momento da sua concepção."
MEDO, 4 letras que aterrorizam e petrificam cada um de nós quando queremos fazer algo desconhecido ou quando algo desconhecido está para acontecer.
Temos medo por falta de conhecimento, e a falta deste gera falta de confiança. Até aqui, identificámos 2 faltas: conhecimento e confiança. Quando temos estes 2 em equilíbrio, tudo corre de feição e acreditamos.
Necessitamos de ter o controlo de tudo à nossa volta, porque quando não temos, sentimos o tapete a fugir de baixo dos pés e sentimos que o nosso porto seguro se foi. Temos tendência a confiar pouco em algo que nos gere e governa desde o início dos inícios.
Queremos fazer tudo: idealizar, construir e criar. Temos receio de delegar a função a alguém, com medo de que o façam erradamente. No entanto, todos os dias e a toda a hora, confiamos em algo que não vemos, e nem sequer nos damos conta de que delegamos milhares de funções a algo intrínseco, a algo que se criou sem a nossa ajuda, algo que em equipa trabalha desde o momento da sua concepção.
Falo, dos nossos órgãos internos.
Temos um coração que trabalha 24h/7 e que nunca desiste de nós. Se o puxamos um pouco mais, ele vai. Temos um estômago que trabalha por nós. Colocamos comida e ele digere. Tudo em nós está a trabalhar porque se delegou funções a cada um, e cada um trabalha pelo todo. Podemos até ir às nossas células cujos glóbulos brancos as protegem de todos os ataques que temos durante o dia.
Nenhum destes necessita que sejamos nós a lutar contra a infecção, que sejamos nós a digerir e que sejamos nós a dar à bomba para irrigar o sangue oxigenado para as nossas células. Nós confiamos mais do que pensamos. E confiamos com o nosso inconsciente. Inconscientemente confiamos, assim como uma criança confia. Confiamos em algo que se multiplicou sem estarmos lá com as nossas mãos e com ferramentas. Todas as nossas células confiaram umas nas outras de que TUDO IA DAR CERTO! Antes de sequer termos o mínimo de consciência, já tínhamos algo a trabalhar por nós e a fazer o que de mais Sagrado pode haver: a Criar Vida!
Desconfiamos de tudo e de todos, e esquecemos de que bem dentro de nós, existe a maior das confianças. Esquecemos que dentro de nós existe a maior gestão sinfónica alguma vez criada e cuja música esquecemos de ouvir, preferindo MP3 ao invés de nós mesmos.
Confiança é a palavra-chave. É um trabalho diário, por vezes árduo e com horas e horas de repetição.
Afinal, mesmo hoje em dia, tudo em nós funciona automaticamente, houve tempo em que teve de treinar, durante milénios até atingir o que é hoje, até sermos o que somos hoje.
Toda a nossa evolução foi treino interno. Foi confiança. Células com célula. Adaptação em cima de adaptação. Simplesmente confiar que vai dar certo! Algo invisível e universal, confiou em nós, mesmo quando nós nem sequer sabíamos o que confiar era...
Foi e sempre será, Confiança.
Se confiar gera Vida, se confiar permite que um corpo tenha vida, imagina só o que podes gerar se confiares em ti mesmo(a)!
Não confiares nos teus sonhos, nos teus maiores desejos, naquele passo que queres dar, é o mesmo que não te desenvolveres, e se não o fizeres, não cresces.
Imagina, o que era se uma célula tua não confiasse...imagina... Faz como os pássaros que confiam nas suas asas para voar caso um ramo onde se apoiam se parte. Como as formigas confiam nas suas semelhantes para poderem sobreviver.
Coloca esse MEDO numa caixa e rotula-a de CONFIANÇA e abre-a de novo e recomeça!
Nada te pode impedir. Somente tu podes impedir o que desejas fazer.
Vai. Sem Medo. Confia!