Damos conselhos como quem dá miolo de pão aos pássaros sem fome nas ruas dos restaurantes. Somos sábios em lançar bagos de milho ao vento, mãos cheias de disparates que caem no chão e são comidos por alguns, por outros não. Se somos nós a fazer pontaria à própria boca arranjamos uma desculpa lógica para que a migalha caia ao lado: estava vento, a boca mexeu-se sozinha, pisquei os olhos no momento do flash e não vi. Lançamos sugestões aos demais quando em nós bem sabemos quão fácil é de as dizer e menos fácil de as aplicar. E mesmo assim não nos calamos. Tipo os pombos de manhã nos telhados com aquele som que mais parece uma respiração ofegante, cansada e repetitiva que ninguém quer ouvir. Especialmente de manhã porque estamos a dormir, durante o dia porque temos mais que fazer, à noite porque já não há paciência. A arte de estar caladinho é um 'must' a descobrir! Falemos em silêncio... Não ofereças migalhas...sê o pão.
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