“Sorriso parvo na cara” deve ser a forma que as pessoas que me viram na rua, depois de sair da consulta da doutora Catarina, melhor têm para me descrever. Passo a explicar: em todas as consultas é apontado num cartão as medidas e peso que temos à data da consulta. Ao sair do elevador do prédio do consultório voltei a abrir a minha mala, de onde tirei o cartão e andei durante um bom tempo com este na mão. O que me apetecia fazer? Ir dizendo às pessoas por quem passava na rua que “estou a conseguir!”, “afinal é possível!”.
E aqui estou eu, a escrever a crónica e, mais uma vez, fui buscar o cartão. Tenho a sensação de estar a olhar para uma nota de 100 euros! Não faz mal se pareço uma maluca, o que interessa é a sensação de orgulho que tenho de mim mesma neste momento.
A média de peso perdido, por mês, é de 2 quilos. E são 2 quilos de pura gordura, o que dá uma média de meio quilo por semana. E podem pensar? “2 quilos? Há dietas que fazem perder 10 quilos por mês!”. Até pode ser verdade mas, saliento, não estamos a falar de uma dieta e sim de uma mudança de estilo de vida. E eu própria já fiz, anteriormente, uma dieta em que perdia cerca de 2 quilos por semana. E o que aconteceu a seguir? Recuperei esse peso e ainda ganhei mais. O meu corpo não ficou na sua melhor forma com a perda e ganha tão rápida de peso e deixei de acreditar que ia conseguir. Tudo me servia de desculpa para não voltar a tentar mudar o estilo alimentar. Já para não falar da fraqueza constante que sentia.
A semana passada estive doente. Não consegui praticar exercício, como já estou habituada a fazer e a minha rotina foi mais parada, em parte dos dias. Não sei se me sentia pior por estar doente ou se por não poder cumprir aquela rotina que tanto bem me faz. E é assim que começamos a ver que o nosso estilo de vida já mostra mudanças.
E reparei agora na garrafa de água… lembro-me que, em miúda, mal bebia água, a não ser que a sede fosse muita. Há uns tempos só bebia sumos às refeições. Já para não falar da fase em que só bebia coca-cola light (completamente banida da minha vida para todo o sempre). A garrafa de água na secretária ficava parada, durante a semana inteira, até eu fazer limpeza e deitá-la fora, porque a água já não estava potável. Atualmente, bebo um mínimo de 1,5l/2 litros e não preciso de “me obrigar”. Já é um gesto que flui naturalmente.
Sim, repito cerca de 500 vezes ao dia as palavras mudança, mudar… não me importo que me achem “chata”. São estas conquistas que nos fazem mais felizes. E quando é conquistado com esforço ainda sabe melhor.
Acreditem em vocês mesmos! Sejam a vossa própria inspiração!