A reflexão que hoje trago é simples, e no entanto isenta de resposta. Porque é tão difícil a auto-disciplina? Em teoria, tudo seria possível com auto-disciplina. Fazendo o necessário, todos seríamos quem queremos ser e chegaríamos onde queremos chegar. Teríamos a alimentação perfeita, o exercício físico necessário, seríamos craques da matemática ou conheceríamos o nome de todas as constelações.
Com treino e dedicação suficientes, bastando escolher o que queremos atingir. Sem desculpas, com auto-disciplina.
Então porque quase nunca ninguém é o que quer ser? Porque estamos todos a querer chegar onde queremos chegar e parece que o caminho é interminável? Porque é tão fácil dizer ao outro o que tem ou devia fazer, e tão difícil seguir o que sabemos que nós próprios deviamos fazer? O meu cão não pode comer queijo, ou chocolate, ou comida do meu prato... pois bem, come só ração, porque é isso que faz bem e sou eu que controlo. Ou mesmo quem conhece o famoso jogo Sims, em que controlamos a vida de um "eu " virtual, quantos não alcançam mais objetivos de vida no jogo que na própria vida? Estar em forma? Convidar os amigos para uma festa? Mudar de carreira? Criar uma relação? Tudo é fácil, basta controlar! Basta decidir e aplicar. E porque é tão dificil passar isso para nós próprios? O que nos impede é uma barreira de sentimentos, claro. Há dificuldades, dores, desejos. Mas se o prémio é chegar onde realmente queremos, porque isso não é recompensa suficiente? Porque somos tão condescendentes connosco próprios e a preguiça se sobrepõe à felicidade? Pôr em prespetiva a vida do outro e encontrar soluções para os seus problemas é sempre mais fácil que fazer o mesmo para nós.
Que exercício teremos de fazer para nos pôr em perspetiva e ver o que precisamos fazer? Talvez meditar. Mas e o que fazer para ultrapassar a preguiça, a condescendência, a vontade de ser brandos, de fazer batota, de nos mimarmos demasiado? Será que gostamos de nós demais? Ou, pelo contrário, de menos?