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Entrevista com os autores do livro Vegetariano Todos os Dias

M.A.D.E magazine: O que pensam de Portugal?

Luise Vindahl: Nós amamos Portugal. Já cá estivemos antes para férias e para algum trabalho.

David Frenkiel: Foi uma das primeiras viagens que fizemos, do Algarve para Lisboa, a conduzir. Lisboa é uma das nossas cidades preferidas.


M.A.D.E magazine: Vocês têm algum conhecimento acerca da origem da comida portuguesa? Acerca das diferenças entre os vários pratos?

Luise Vindahl: Nós não sabemos muito acerca da história da comida portuguesa. Só conhecemos aquilo que já provámos.

David Frenkiel: O que mais gostamos na comida portuguesa é a frescura dos produtos e a confeção, que não é muito complicada. Adoramos a forma como os portugueses comem juntos, em família. Nós não temos essa tradição.


M.A.D.E magazine: Porque é que se tornaram vegetarianos?

Luise Vindahl: Não sou só vegetariana. Quando vou a um restaurante e a opção vegetariana não é boa para mim, como outras opções. O que interessa é sentir-me bem.

David Frenkiel: Sim, é sobre sentirmo-nos bem. Eu como comida vegetariana e sinto-me muito bem com isso. É uma opção pessoal. Mas não me proíbo de comer outras coisas.


M.A.D.E magazine: São vegetarianos rigídos?

David Frenkiel: Não, de todo. Eu como porque me sinto bem. É algo que faço normalmente: vou a um supermercado e compro vegetais e frutas porque sabem bem e cheiram bem. Quando as pessoas me perguntam como é ser vegetariano, para mim é algo natural.


M.A.D.E magazine: Porque é que te tornaste vegetariano (David)? Foi uma questão de saúde?

David Frenkiel: De certa forma foi. Eu tinha alguns problemas com as digestões e houve um médico que me sugeriu: Porque é que não experimentas não comer carne? Eu experimentei durante um tempo e comecei a tornar-me num vegetariano. A comida nas escolas também é horrível. Na escola onde eu andava, para quem era vegetariano, eles cozinhavam diretamente na escola e a comida até era bastante boa. Disse à minha mãe para lhes dizer que era vegetariano, mesmo não sendo e foi algo que aconteceu gradualmente.


M.A.D.E magazine: Acerca deste novo livro, o que nos têm a dizer sobre ele?

Luise Vindahl: Este é o nosso terceiro livro. É como se fosse uma introdução. Tem as receitas que nós adoramos.


M.A.D.E magazine: Era difícil, no início, decidirem o que comer?

David Frenkiel: Para começar, devemos comer mais vegetais e menos carne. Atualmente, se tirarmos a carne do prato, o que é que nos resta? As pessoas devem focar-se mais nos vegetais. Não eliminem nada do prato mas foquem-se no que é importante.

Luise Vindahl: As pessoas estão a encontrar um novo equilibro na saúde, inclusive os vegetarianos.


M.A.D.E magazine: É só uma questão de saúde? O que é que podemos melhorar ao ser vegetarianos?

Luise Vindahl: Não podemos ignorar o que a indústria da carne está a fazer. Acredito que se formos vegetarianos nos vamos sentir melhor, porque não estamos a comer esta carne.

David Frenkiel: Eu tenho um amigo que é vegan há muitos anos e é uma das pessoas menos saudáveis que conheço. Ele come batatas de pacote, ele come batatas fritas… Nós temos mesmo de cozinhar a comida, comprar os vegetais.


M.A.D.E magazine: Ser vegetariano mudou-vos de alguma forma? Vocês sentem-se mesmo diferentes?

Luise Vindahl: Eu sinto-me mais equilibrada e com mais energia.

David Frenkiel: Eu como assim já há tanto tempo que já não consigo saber quais são as diferenças mas de certeza que a energia é diferente.


M.A.D.E magazine: Vocês têm uma filha. Ela come comida vegetariana?

Luise Vindahl: Nós temos dois filhos. Eles comem vegetariano mas eles podem escolher.

David Frenkiel: Não lhes damos McDonald’s de certeza.


M.A.D.E magazine: Há crianças que têm problemas em comer vegetais. Como é no caso dos vossos filhos?

Luise Vindahl: Esta é a comida que eles comem. Não há batatas fritas ou hambúrgueres.

David Frenkiel: Nós cozinhamos com eles. Nós não dizemos que eles não podem comer mas explicamos se é bom, ou não, comerem tudo. As pessoas têm a responsabilidade como pais. É como quando eles querem um brinquedo. Não lhes podemos dar tudo só porque eles querem. Algo como: eu sei que tu queres comer isto mas eu prometo que se comeres outra coisa vais estar muito mais forte e rápido do que se comeres isto. Depois de comer, gostamos de fazer lutas de wrestling para ver quem é mais forte, porque comemos corretamente.


M.A.D.E magazine: Quando é que eles começaram a comer vegetariano?

Luise Vindahl: Desde o início. Com a idade de 6 meses.

David Frenkiel: Eles começaram por provar diferentes texturas. Está a tornar-se mais complicado à medida que crescem. Eles são crianças e um dia amam brócolos e, no outro dia, eles odeiam. Temos de encontrar um balanço a cada dia.


M.A.D.E magazine: Podem sugerir algumas receitas do vosso livro?

Luise Vindahl e David Frenkiel: Não é fácil escolher mas, por exemplo, temos um prato indiano com lentilhas que é do género doce. É muito bom para um jantar e acreditamos que as pessoas que não comem vegetariano também vão gostar. Temos uma salada de brócolos, que é muito colorida e, para sobremesa, um delicioso bolo de chocolate.


M.A.D.E magazine: Para terminar, o que é que têm a dizer às pessoas que estão a dar um “último passo” para se tornarem vegetarianas?

David Frenkiel: Eu diria para experimentarem e para ouvirem o seu corpo. Podem precisar de um pouco de gordura extra no início por não estarem habituados.

Luise Vindahl: Podem ver as nossas receitas e sentirem-se inspirados pelas imagens. Devem sentir-se como “eu quero mesmo comer isto”.

David Frenkiel: Sim, é algo realmente importante, a aparência da comida. Sentirem “eu quero mesmo comer isto”.


Leiam também a descrição do livro, aqui.

Leiam também a entrevista em inglês, aqui.

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