"É usufruir da loucura que a vida nos trás ao nível das emoções."
Quando nos deparamos com alguém que está extremamente contente, chamamo-lo de Louco e quase que nos afastamos quase como se isso fosse doença e se pegasse. Foge-se com medo do que nos possa acontecer se chegarmos perto desse extremo de felicidade. Isto acontece porque a nossa mente está constantemente a mentir-nos, e o nosso papel é educá-la e mostrar-lhe que existe algo muito superior e belo do que as mentiras que ela nos conta.
Estar ligado à mente é estar num plano racional, porque a mente apenas racionaliza. Ela analisa tudo num único plano, cria o guião, constrói o enredo, faz o casting dos actores, realiza, edita e apenas o nome dela está nos créditos. Na gíria, manda os foguetes e faz a festa toda.
Ora, quem se liberta da mente consegue ser verdadeiramente feliz, liberta-se do seu estado racional e entra no chamado estado da loucura e do misticismo. Considerando o misticismo o que se desconhece, ao invés de toda a história à sua volta acerca de bruxas e de magos.
Estar num estado de loucura é como se fosse venenoso, mas não é. Esta loucura de que falo, é a loucura da felicidade existente em tudo o que fazemos de forma inconsciente: Respirar, Olhar…
É por isso que se costuma dizer que os loucos são mais felizes que as outras pessoas, pois eles libertam-se da mente, e apenas sentem o que os faz estar feliz. Não é chegar ao estado de loucura psicótica. Nada disso. É usufruir da loucura que a vida nos trás ao nível das emoções.
Deixar de pensar no passado e deixar de pensar no futuro, apenas pensar no presente e senti-lo intensamente, sem estar aprisionado a qualquer pensamento. Aquele estado de êxtase que vemos quando um místico entra dentro de si mesmo, em contacto com o Universo. Sentir o respirar das plantas e das flores. Sentir cada molécula de água a tocar nos nossos poros. E isto acontece com eles porque superaram o nível da mente. A mente é humana, mas o espírito não.
Consegues lembrar-te de uma imagem de um místico? Assim dentro dos seus olhos quase que vês o sistema solar e que apetece perder dentro dessa imensidão. E quando te lembras de um louco, que ri por tudo e por nada, e que bem que sabe se conseguires fazer o mesmo, de forma a libertares-te de todas as tuas preocupações. Estas preocupações só a mente cria. Estando fora dela, apenas existe a felicidade extrema, o que És e o que Há.
Estar entre a loucura e o misticismo trazer-te-á a essência da vida, a libertação que tanto anseias, porque somente é possível ter quando sais da mente, quando não racionalizas e apenas sentes. Conseguirás assim estar em harmonia e fantasiar durante horas com o que mais prazer te dá.
Faz quanto tempo que foi a última vez que apenas estiveste? Só. Assim. A contemplar. Em quase deleite contigo e com o que está á tua volta a dançar apenas para ti? Apenas a contemplar as folhas da árvore a dançar com o vento.
Quando quiseres estar assim, fica assim mesmo. Sem medo. Delicia-te com a loucura da tua própria companhia.