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Onde Tudo é Nada e Nada Existe Além de Ti


Aquele momento em que não há lugar para onde te virares, Não há uma palavra que faça mais sentido que outra, Não há nada fora que possa justificar, fazer entender, trazer mais ou menos aquilo que já lá está. Aquele momento em que estás totalmente sozinho, Em que todas as companhias te trazem apenas e só mais para ti, Em que o desvio da atenção daquilo que é se torna apenas uma distração que não faz nada. Aquele momento em que percebes que não podes ir a lugar algum, Não podes fugir, não podes desaparecer, não podes fingir que não sabes Não há uma direção ou um plano, há um vazio que não tem limites Um desconhecimento que não é teu, porque te conheces sempre Mas não conheces mais nada além disso Como se em algum momento tivesse havido… E vês-te como és, sem saber o que és, mas sem negar a existência Que surge em baixo, em cima, ao lado, à frente e atrás dos teus pés Mas não há pés, não há cabeça, não há corpo, não há distância Há apenas e só a existência que permanece e que és.

Momento de solidão acompanhada pela presença de tudo Mas que não é mais do que tu, nem menos do que nada, Que é completa em si, de onde não podes subtrair nem acrescentar nada. Tenta…podes tentar….mas não há lugar para onde as possas mandar Não há um desvio que não vejas, não um espaço onde não estejas Por mais que fujas….vais-te encontrar em todo lado A mais cheia solidão, onde tudo é nada e nada existe além de ti.


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