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Ervas Aromáticas e Medicinais – Parte II


Ora viva! Em clima de festividades vou partilhar mais três plantas que recomendo que conheçamos melhor pela sua funcionalidade estética, aromática e medicinal, principalmente nesta altura do ano onde o frio se enraíza no nosso país.


Tomilho

Nome científico: Thymus vulgaris

Família: Lamiaceae

Nomes vulgares: timo, arçã, arçanha, poejo, segurelha, tomilho-ordinário, tomilho-vulgar, tomilho-de-inverno, erva-urso.


Trata-se de um arbusto perene, semi-lenhoso, com porte erecto atingindo até 30 cm de altura. As folhas são estreitas e ovais a lanceoladas, as flores são brancas ou ligeiramente rosadas e a floração ocorre durante o Verão. As partes utilizadas são as folhas e o óleo essencial destas. Sendo típica do clima Mediterrâneo (apesar de apreciar o clima subtropical) deve ser cultivada sob pleno sol ou meia-sombra, em solo bem drenável, neutro, enriquecido com matéria orgânica e irrigado a intervalos regulares. Não é tolerante a encharcamentos, mas sobrevive bem por curtos períodos de seca. As podas devem ser realizadas posteriormente à floração.


É cultivado como condimento e pelo óleo essencial, rico em timol, com propriedades anti-sépticas, tónicas, anti-espásmicas, expectorantes, digestivas e vermífugas. Em infusão, é usado no combate a infecções de garganta e pulmonares, na asma e febre dos fenos e na eliminação de parasitas. Externamente, alivia picadas, dores reumáticas e infecções fúngicas. Investigações recentes comprovaram que o tomilho destrói a acne de forma mais eficaz do que alguns produtos, inclusive os que precisam de receita médica.

Por se tratar de uma planta com sabor muito agradável, é amplamente utilizada na culinária. Pode ser utilizada tanto fresca como seca. Após colhida, basta lavar e adicionar a qualquer tipo de comida para se obter um bom aroma.

O nome científico da planta – “Thymus” – significa coragem em grego. Os antigos gregos e romanos acreditavam que a planta os encorajava e motivava, e ramos de tomilho eram utilizados nos banhos e vestimentas dos guerreiros antes das batalhas.

Que nos ajude a combater com coragem as maleitas tão comuns desta altura do ano!


Erva cidreira

Nome científico: Melissa officinalis

Família: Lamiaceae

Nomes vulgares: Erva-cidreira, Melissa, Anafa, Coroa-de-rei, Citronela-menor


A erva cidreira ou melissa (provém do grego e significa abelha) é oriunda das regiões meridionais da Europa, Ásia e Norte de África pertencendo à família da menta, da hortelã, do boldo ou do tomilho.

Esta espécie é uma herbácea perene e pode atingir até 1,0 m de altura de caule muito ramificado. As folhas são pecioladas, de formato ovalado e com bordos serrilhados. As flores de cor branca a rosada, agrupam-se em inflorescências e o fruto tem coloração castanha.

As partes utilizadas são as folhas colhidas antes da floração para secagem e a parte aérea em plena floração para a extracção de óleo essencial. Prefere clima temperado quente, é sensível às geadas e não requer radiação solar directa. Deve ser cultivada em solos de textura média, ricos em matéria orgânica e bem drenados.

A propagação pode ser efectuada por semente, por divisão ou por estacaria de ramos herbáceos. O compasso de plantação poderá ser entre linhas de 0,7-0,8 m e de 0,3-0,4 m entre plantas na linha, sendo recomendado o período de produção de 3-4 anos.

A colheita realiza-se antes da floração que ocorre na primavera, cortando os caules 2-3 cm acima da zona do colo. No primeiro ano de plantação realiza-se apenas um corte e nos anos seguintes 2 cortes, na primavera e no outono.

A melissa pode ser utilizada como condimentar pelo seu sabor a limão, em pratos de saladas, peixes e frango e em sobremesas de frutas, sumos e chás.

Em terapia aromática, a melissa é recomendada nos tratamentos antidepressivos e o chá é recomendado em situações de gripe, febres, dores de cabeça e bronquites crónicas, sendo considerado um analgésico eficaz.


Salsa

Nome científico: Petroselinum crispum

Família: Apiaceae (Umbelliferae)

Nomes vulgares: Salsa, Salsinha, Salsa-comum, Salsa-de-comer ou Salsa-hortense


Trata-se de uma das plantas mais populares da gastronomia mundial. Contudo as suas inúmeras propriedades medicinais não são muito conhecidas. Existem provas de ser utilizada à cerca de 300 anos mas crê-se que remonte a muito mais centenas de anos.

É uma planta bienal que, no primeiro ano, forma uma roseta de folhas muito divididas, alcança de 10 a 25 cm de altura e possui talos que podem chegar a exceder 60 cm, com floríferos de 1 a 3 cm e um tubérculo usado como reserva para o inverno. No segundo ano, desenvolve um talo de flor de até 75 cm de altura com folhas esparsas e uma umbela de topo plano com diâmetro de 3 a 10 cm, com várias flores verde-amareladas de 2 mm de diâmetro. As sementes são ovóides de 2 a 3mm. A planta normalmente morre após o amadurecimento das sementes.


Esta planta multi-medicinal usa-se para aliviar inflamações do fígado e do baço, tratando-se de uma planta hemostática. A salsa triturada detém o fluxo de sangue pelo nariz e em feridas e é uma planta depurativa que combate infecções urinárias, controla o excesso de açúcar nos diabéticos e é excelente para prevenir pedras renais (litíase) e cistites. Em infusão (30 gramas de sementes de salsa numa chávena de água a ferver), tomada três vezes por dia, é útil em casos de retenção urinária. A infusão de salsa combate gases, flatulência, acidez do estômago e alivia a dor da menstruação. Usada em cataplasma melhora feridas, abscessos e contusões.

Uma mistura de salsa, azeite e sal aplicada no dente acalma a dor produzida pela cárie dentária. Os talos da salsa ajudam a emagrecer pois são diuréticos.


Elimina o mau hálito, e não se recomenda a mulheres que estão grávidas (propriedades abortivas) e que estão a amamentar pois seca o o leite. Contémmagnésio, ferro e tanta vitamina A e C que tem sido reconhecida como planta anticancerígena. Em cataplasma (triturar vários raminhos de salsa), colocandosobre a pele, cura equimoses. As raízes de salsa comidas como nabos têm sido usadas para o tratamento de doenças renais e inflamações da próstata, uma vez que activam o aparelho urinário. As folhas frescas e picadas desta planta aplicadas na zona dorida aliviam as picadas de insectos. Esta super planta usa-se também como condimento, muito apreciado pelos Portugueses. E penso que haverá bem mais a dizer sobre as suas propriedades mas correndo o risco de parecer falacioso vou parar por aqui.


Espero que tenha sido de utilidade este conhecimento e que nos ajude a passar um inverno mais saudável.

Até breve, saúde e bem haja!



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