Quem se lembra das 3 Éticas da Permacultura? Cuidar da Terra, Cuidar das Pessoas e Partilhar os Excedentes! Hoje focamo-nos mais na ética de Cuidar das Pessoas. E para o fazermos da melhor maneira neste oitavo ano do terceiro milénio do calendário cristão acredito que cada um de nós tem a missão de cuidar de si próprio.
E como fazê-lo? Aqui ficam algumas sugestões...
Com a reflexão como pano de fundo convido-vos a passear por um processo de 4 fases. A primeira é a da Observação, o de perceber o que se passa em nosso redor. Podemos e devemos encontrar espaço para a observação meditativa (como olhar o mundo através do olhos de uma criança, sem suposições, sem deduções, sem julgamentos) e para a observação dedutiva (mais analítica, com espaço para inferir, deduzir, procurar razões). “Vivo com duas pessoas” seria um exemplo da primeira enquanto “Partilho um apartamento pois não gosto de viver sozinho/a” seria um exemplo de observação dedutiva. Assim tomamos consciência do cenário em que vivemos e esse é sempre o nosso ponto de partida.
A segunda fase é para Sonhar! Serve para dar espaço à imaginação e dar-nos ideias para onde queremos caminhar. Aconselho a pôr um limite temporal quando estamos na fase do sonho e/ou a pensar em vários sonhos com diferentes limites temporais (por exemplo que sonhos tenho para as minhas férias de verão, que sonhos para 2017, para daqui a 3/5/7/12 anos...). Sonhar individualmente e convidar as pessoas que nos rodeiam a fazer o mesmo pode ser uma ferramenta muito poderosa pois estamos a aceder à inteligência colectiva. Ao sermos claros com nós próprios, ao percebermos a nossa visão para o que ai vem estamos a dar espaço para crescermos.
Tendo já mais consciência de onde estamos (através da observação) e para onde queremos ir (com os sonhos bem presentes) podemos passar à próxima fase, a do Planeamento. Para planear de uma maneira eficiente devemos desdobrar o/os nosso/s sonhos em objectivos e fazer uma linha temporal com os passos para chegar a cada um desses objectivos. Um objectivo deve ser específico, mensurável, realista, possível e com um limite temporal. Com uma (ou mais) linha temporal com vários passos e objectivos com estas características podemos ir avançando e sentindo que estamos a progredir e ganhando ânimo durante o processo para concretizar-mos os nossos sonhos.
Por fim, a última fase é algo que deve ser transversal a todo este processo e algo que por vezes nos esquecemos de pôr foco. Falo da Celebração. Podemos falar de celebração do ponto de vista de uma festa, de um evento para festejar um acontecimento ou a conclusão de uma fase e/ou final de um projecto. Mas podemos também ver como uma maneira de reflectir sobre o que se vai passando durante a processo, para percebermos o que corre bem, o que corre menos bem e que tem que ser melhorado. O simples facto de nos ouvirmos, de percebermos as nossas reais necessidades, o que precisamos para ter uma boa qualidade de vida já é um acto de celebração para connosco. E estando melhor connosco acredito que é o melhor ponto de partida para ajudarmos o que nos envolve, o que nos interessa e o que nos toca.
Com estas sugestões espero que as nossas entradas nesta nova volta ao Sol que ainda agora começou sejam suaves, leves e cheias de inspiração para connosco e para quem mais amamos. Até para o mês que vem, um grande bem-haja!