A "dificuldade" de percebermos que somos consciência
- Marta Cóias
- Mar 23, 2017
- 2 min read

Ontem depois da aula de meditação apercebi-me de mais uma "incongruência"... Quando em meditação procuramos por "nós", por quem somos, percebemos que este "eu" que imaginamos não existe, que existe a consciência, que é consciente por si só e que não tem um eu "atrás" que é consciente, ele simplesmente não está lá (tudo o que possa parecer estar são pensamentos). E depois questionamos sobre as qualidades desta consciência: tem forma? Tem limitação? Tem fim ou início? Estas perguntas podem parecer demasiado abstratas... e a razão pela qual o são é porque continuamos a achar que nascemos no dia do nosso nascimento... na data x no local y. Partindo desta suposição que aceitamos de forma normal, é de facto estranho para nós a possibilidade de poder sentir que o que somos não tem fim nem início, porque já partimos da premissa errada de que nascemos quando o corpo nasceu (e esse sim... tem fim e início).
Veio-me uma imagem que talvez (não sei lol) consiga ilustrar um pouco melhor este ponto. Quando um corpo nasce neste mundo podemos pensar que uma "coisa" separada está a surgir, um "fenómeno" novo está a aparecer... quase como se simultaneamente surgisse e se separasse das restantes formas no momento em que se materializa. Esta imagem já cria em si uma identidade distinta das outras para esta nova forma. Uma maneira mais realista de olhar para o nascimento de corpos será perceber que o corpo não nasce separando-se, mas sim como um movimento interno de algo maior que não mudou com esse fenómeno. O corpo quando surge não se separa, o Universo é um e uno (já que gostamos tanto da frase "somos todos um" que a consigamos experenciar!), e o corpo é uma manifestação entre tantas outras de um poder universal unificado "independente" dos fenómenos que nele possam surgir. Os fenómenos, os corpos, em nada acrescentam ou tiram a esta Unidade perfeita, não são nada... (literalmente...e já "temos" a física quântica a dizer há uns anos que tudo é vazio, tudo é feito de átomos e eles são praticamente vazios em matéria...o corpo também são átomos, tudo é esta energia de vácuo...energia pura...consciência....espírito).
Se realmente queremos acordar para a nossa essência não será má ideia "esquecer" a data do nascimento...e sentir de facto: o que somos - consciência infinita.
Comments