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Comer Bem Parte II – Comida Local


Ora viva!

Iniciámos o mês passado uma série de 3 artigos sobre comida, mais especificamente como comer bem. Este mês falaremos sobre a importância de consumir comida local. O que é que consideramos comida local? É um conceito novo que tem a sua dose de relatividade. É comum afirmar-se que comida local é produzida perto do seu consumidor. Não existe um acordo mundial sobre a componente geográfica da produção alimentar, sobre o que é local ou regional. Por isso fica essa responsabilidade a cargo do consumidor. Existe a barreira simbólica dos 100km (ou milhas) adoptada por muitos movimentos emergentes relacionados com este tema. Este valor faz sentido para regiões agrícolas em que existe uma produção grande mas se pensarmos em zonas áridas ou mais frias os consumidores locais talvez sintam que comida que viaja 500km seja local.


Mais do que perdermos muito tempo a analisar números e conceitos creio que o importante é tentarmos perceber porque é que faz sentido comer comida local (ou regional). Então aqui ficam algumas considerações para nos ajudar nesta reflexão:

[if !supportLists]•Comida local está cheia de sabor. Quando colhemos a comida para vender nas proximidades colhemo-la no pico da sua maturação e consequentemente o seu sabor está no seu auge;

[if !supportLists]•Comer local é comer sazonal. Quem não gosta de comer morangos o ano inteiro? A verdade é que, como falámos o mês passado, comida de época é mais saudável para quem a consome e para o planeta;

[if !supportLists]•Comida local tem mais nutrientes. Se o tempo entre a colheita e o consumo de produtos alimentares é curto é menos provável que o valor nutricional tenha diminuído;

[if !supportLists]•Comida local apoia a economia local. Se comprarmos a nossa comida a agricultores locais estamos a reinvestir o nosso dinheiro na nossa comunidade;

[if !supportLists]•Se comeres local o meio ambiente que te rodeia agradece. Podemos pensar que cada euro que gastamos num mercadinho local estamos a garantir o futuro das terras que são cultivadas pelos produtores locais da tua região;

[if !supportLists]•Comida local é mais segura. Estamos a garantir maior segurança alimentar pois quanto menos intermediários e distância existirem entre o consumidor e o produtor menor é o risco de contaminações em processos de colheita, lavagem e distribuição por exemplo;

[if !supportLists]•Contacto com os produtores. Ao termos a possibilidade de conhecer e comunicar com quem produz a nossa comida temos a hipótese de saber como foi produzida e colhida. Também temos a hipótese de dar a nossa opinião e contribuir para o desenvolvimento e melhorias dos métodos de produção e qualidade da comida;

[if !supportLists]•Comida local viaja menos. Se viaja menos consome menos combustíveis fósseis;

[if !supportLists]•Benéfico para O Solo. Comida local abre a possibilidade à diversificação da agricultura local reduzindo a dependência de monoculturas e abre portas à utilização de sementes tradicionais;

[if !supportLists]•Comida local é uma atracção turística. O agroturismo cresce de ano para ano e pontos de venda de comida saudável são um dos seus pontos fortes;

[if !supportLists]•Comida local constrói Comunidade. A gastronomia é um dos pontos fundamentais de qualquer cultura e consequentemente um dos pilares (senão o principal) para reconstruir o espírito comunitário desvanecido nas sociedades modernas. Por exemplo um mercado local de agricultores facilmente se torna num centro comunitário onde se convive, partilha e aprende.


Se estamos convencidos como é que encontramos comida local? A chave será encontrar redes de produção/distribuição de comida cultivada na sua zona. Talvez o mais comum é encontrar mercados directos ao consumidor como Mercados de Agricultores e a Agricultura Apoiada pela Comunidade.


Nos Mercados de Agricultores inúmeros produtores de comida montam a sua banca e conhecem os seus clientes cara a cara (e vice-versa). Existem mercados geridos por municípios ou por privados, semanais, mensais ou sazonais. A Agricultura Apoiada pela Comunidade já tem uma grande expressão no Norte e centro do Europa e na América do Norte. Trata-se de um investimento por parte do consumidor numa parte da futura produção/colheita de um ou vários produtores. Este investimento é feito à cabeça para que os agricultores possam ter dinheiro para trabalhar. Deste modo os riscos e os benefícios são partilhados entre os consumidores e os produtores.


Outras possibilidades são quintas onde os consumidores vão colher a suas compras, quintas com lojas próprias, quintas de maior escala que deixam colher o que fica nos campos, cabazes de fruta e verduras com entrega ao domicílio ou em pontos de distribuição, entre outros.


Também existem cada vez mais grupos de consumo organizados. Ou seja um grupo de pessoas que se juntam e compram em conjunto comida, normalmente com o intuito de ter acesso a melhores preços e melhor qualidade.

Espero que tenhamos reflectido em conjunto de uma maneira construtiva e que possamos comer cada vez comer melhor e com mais consciência. Para o mês que vem fecharemos esta trilogia de artigos com o tema Comida Biológica.


Bem haja!

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