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Construir Personalidades


As nossas personalidades, estas coisas "esquisitas" :) ... como se constroem, como se maturam, como se alteram, como congelam, como desaparecem, como se começa tudo outra vez... Nascemos com determinadas características, cargas kármicas específicas, vibrações diferentes. Quando estas começam a interagir com as dos outros seres começam a alterar-se, respondendo de maneiras mais ou menos criativas às energias alheias. As nossas características mais inatas que vêm com a potência de gerar algumas várias personalidades consoante forem moldadas, começam a ganhar uma forma mais densa materializando-se numa personalidade específica, desenvolvendo a crença de que são aquilo. Que não é mais do que uma resposta a uma conjuntura externa (que em si também não é estanque e está constantemente a ser afetada pela energias de todos os outros seres/coisas/situações...como um Todo que É, afetando-se intrinsicamente) num momento específico (por isso tem temporalidade, é finito, impermanente, ilusório). Como diz uma grande amiga: "o mesmo mapa astral pode pertencer a um santo ou um assassino, vai depender da forma como a pessoa usa as suas capacidades". Desenvolvemos, potenciamos e impomos certos traços em nós que acreditamos que nos definem mais como a pessoa que supomos que devemos ser (esta ideia raramente é nossa, vamos comprando pedacinhos aqui e ali do que é certo/errado, melhor ou pior e desenvolvemos um sistema de crenças com informação suficiente para criar uma pessoa/uma personalidade daquela maneira que queremos). É quase como se escolhessemos ingredientes para um bolo (personalidade/ego): há muitos ingredientes na prateleira do universo e escolhemos aqueles que parecem os melhores para o nosso propósito ...esta imposição de definição ao que somos leva-nos a unir como o que não nos é original, o sistema de crenças e a personalidade é algo que adquirmos depois, que "compramos" algures e tornamos "nosso". Mas as nossas crenças sobre o certo e errado alteram-se, os contextos alteram-se e as ideias sobre quem somos também. E temos que comprar ingredientes novos para criar personalidades (bolos) diferentes. É como se fossemos adaptando o nosso interior para que ele possa responder e encaixar cada vez melhor na percepçao que estamos a ter do exterior. O exterior estará sempre a mudar... a nossa percepção dele também. Enquanto a busca permanecer no que está sempre a mudar será complicado... Então: primeiro alterou-se alguma coisa externa ou alguma sensação mais interna que nos fez repensar aquilo que somos (que já não encaixa na interpretação que estamos a fazer da realidade), assim, um novo estímulo/contexto externo gera uma nova resposta/personalidade... Podemos andar neste jogo até que nos apeteça, ou até quando seja possível ver que isto não leva a lado nenhum, não gera conhecimento verdadeiro, não traz felicidade permanente... porque em si é sempre um processo inacabado e imperfeito (que é normal) e que tem de ser feito, mas também tem que ser trazido à luz e à consciência, para que possamos chegar mais perto de quem somos em vez cambalearmos pela superficie da profundidade do ser ilimitado que somos. Porquê ter que escolher tantas vezes novos ingredientes da prateleira e cozinhar tudo outra vez se percebermos que todos os bolos já estão feitos...e que somos todos os ingredientes! É na canseira de experimentarmos tantas personalidades desfuncionais que nasce a força do entendimento capaz de ver a ilusão por trás da "fabricação de pessoas/personalidades" Disse muitas vezes: "adoro viajar..não como turista, só uns dias, mas ir mesmo para um país diferente para ficar algum tempo, para viver, para realmente perceber o que se passa ali, para aprender as lições de outra cultura...." Agora vejo que no meio disto estava uma outra força muito maior, a de me recriar (encontrar)... porque no fundo algo não fazia sentido, e queria começar do inicio, experimentar-me numa outra forma, na esperança de chegar mais perto da minha verdade (se me dissessem isto na altura ficaria furiosa, e não admitiria.

Os seres humanos quando não aguentam mais a sua vida (personalidade, o contexto que isso gerou, atraindo a mesma onda de vibração) são impelidos a mudar. E que melhor maneira de o fazer que "mudar de terra", onde ninguém nos conhece e podemos começar tudo do inicio? Onde nenhuma energia carregada de expetativa, preconceito, e julgamento sobre nós se fará sentir e temos a liberdade de nos reinventar-mos mais uma vez sem que ninguém julgue se é certo ou errado, se combina ou não combina com a "pessoa" que somos?!

A "pessoa que somos" está sempre a mudar... porque nem ela acredita nela própria e está sempre a reinventar-se...non-stop...full time job! Não consegue ver isto, nem explicar, mas lá no fundo sabe que anda sempre em busca de finalmente encontrar aquilo onde se sente mesmo bem, mesmo ela, mesmo aquela pessoa que sempre imaginou... pois é: missão impossível tornar-mo-nos naquela pessoa que sempre sonhamos! Nunca estaremos satisfeitos e ainda bem! Que esse insatisfação conduza à união! Porque encapsular o infinito numa coisa tão pequena como uma pessoa/personalidade? Be free to be you... apenas tu (sem extras)!


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