Se até aos 2 anos a necessidade de Terapia da Fala pode não parecer clara para as famílias, quando a criança ingressa na creche ou no pré-escolar, os sinais de alerta começam a ser bastante mais evidentes.
Entre os 3 e os 4 anos, já é esperado que a criança tenha um vocabulário expressivo superior a 500 palavras, utilize, pelo menos, algumas frases simples e seja capaz de compreender ordens e pedidos complexos. Devem também começar a compreender o significado de pouco/muito ou grande/pequeno e responder, como também perguntar, questões “o quê?” e “onde?”.
Numa fase anterior, muitas crianças utilizam muito os gestos como uma forma de suporte ao discurso, algo que já não deverá acontecer nesta faixa etária. O mesmo acontece com os monólogos que as crianças muitas vezes fazem e que, nestas idades, já deverão passar a ser conversas em que é respeitada a regra de turnos de conversação – primeiro fala uma pessoa, depois a outra.
Um dos grandes sinais de alerta que também surge nesta fase é o facto de os estranhos não compreenderem a criança. É normal que a família e os amigos próximos já tenham aprendido a “decifrar” o que a criança diz – muitas vezes, nem se apercebendo de que ela não fala corretamente – mas, quando alguém que não lida frequentemente com a criança, não é capaz de a perceber, podemos estar perante a necessidade de intervenção em Terapia da Fala.
Entre os 4 e os 5 anos, a criança já deverá ser capaz de utilizar a Linguagem em contexto social, dialogando com a família mas também não sendo oposta ao contacto com estranhos. Já é esperado que saibam nomear as cores primárias e que respondam a questões mais complexas, como “o que é?”, “porquê?”, “como?” e “quanto?”.
Na faixa etária dos 5 aos 6 anos, encontramo-nos na fase de início do 1ºciclo, altura em que, caso existam ainda dificuldades, é absolutamente crucial que sejam superadas o mais precocemente possível, sob o risco de criar mais dificuldades futuramente, como na aprendizagem da Leitura e da Escrita. Nestas idades, é muito comum que a criança ainda não articule corretamente todos os sons da fala (ou acrescente/omita/troque por outros). No entanto, é por volta dos 5 anos que todos os sons devem estar adquiridos e, quando a criança não faz esta aquisição sozinha, pode precisar de um apoio profissional. Quando a criança ainda não é capaz de contar histórias ou explicar como foi o seu dia, ainda não usa frases complexas, não usa pronomes possessivos (“é meu/é teu”) ou não compreende noções de espaço e tempo, também estamos perante a possibilidade de dificuldades ao nível da Linguagem.
Nesta, como em todas as idades, a prevenção é a palavra de ordem, permitindo à criança fazer todas as aquisições sem chegar a ter repercussões. Através de uma “brincadeira” estruturada, com vista aos objetivos traçados, a criança vai tomando consciência dos sons e das diversas componentes da Linguagem, também com a ajuda dos pais, que recebem estratégias personalizadas e direcionadas para as dificuldades específicas do seu filho, para que o trabalho tenha continuidade em casa.
Se reconhecer algum destes sinais de alerta, a Ipsis Verbis oferece a realização de um rastreio gratuito em que, de forma imediata, os pais ficam a saber se existe necessidade de uma avaliação e posterior intervenção. Todas as sessões são completamente personalizadas, baseadas no gosto da criança e, sempre que possível, realizadas com base na “brincadeira”. A Ipsis Verbis atua ao domicílio e em escolas, no distrito de Lisboa.
Inês Peres Silva Terapeuta da Fala Ipsis Verbis®