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Jovens e as suas vicissitudes


Nesta geração há uma grande dificuldade no sentir. Estar bem consigo mesmo implica o saber sentir, o saber estar.

Ao longo da prática clínica, tenho-me deparado com adolescentes, e não só, que revelam cada vez mais esta dificuldade. E pode haver dos dois tipos de reacção, ou se alheiam de tudo e de nada, deixando por isso de ter preocupações, ou por sua vez vivem as preocupações de forma exorbitante.


Pondero agora sobre as consequências do não saber sentir… saber sentir implica saber receber uma boa nota e ficar feliz simplesmente, ou receber uma má nota e ficar triste simplesmente. Em relação, implica saber estar com os colegas e partilhar as suas emoções, mais ou menos dramáticas, sem apontar o dedo. Não são raras as vezes que um aluno jovem tem uma boa nota e que sente que os outros o invejam… e aí reside a dificuldade de se mostrar, de ser. Também não sabendo ser, tentam adquirir outras maneiras de estar consigo mesmos, através do álcool e drogas. Para que possam ser quem não são e assim ser aceites pelo outro, ou para não verem a não aceitação.


É importante, por isso, que o exemplo comece em casa, que os pais “abracem” as emoções dos filhos, que vivam com eles as suas alegrias e frustrações, não apresentando soluções. Não esquecer nunca que o que pode ser solução para uns pode não ser para outros. Assim, apenas recomendo que os pais esqueçam as idealizações que por vezes criaram para os filhos e que respeitem as suas escolhas. Só desta forma os jovens se sentirão aceites e saberão sentir!


Margarida Garcia

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