Na maioria do tempo andamos perdidos na mente, ocupados em imaginar "o que interessa" e o que não interessa, a remoer no passado que guardamos de forma distorcida matutando então numa mentira, ou magicando um futuro do qual nao sabemos nada alimentando nova "mentira". Além das acções e daquilo que fazemos no dia-a-dia de forma mais manifesta e mecânica, existe esse passatempo da mente de estar a delirar, atrevo-me a dizer quase sempre... :P Em meditacao "treinamo-nos" para ficar atentos a estes movimentos da mente, não para os controlar, mas para simplesmente os tornar conscientes e tornar claro que o que somos nada tem a ver com esses fluxos de pensamento. E que há intervalos... e que há um espaco... e que há um sentir muito alem do pensamento. Nos últimos dias sinto-me como se estivesse num jogo de elásticos. Um jogo que nao sou eu que controlo mas do qual participo. Quando me perco no pensamento e noto esse estar perdida na imaginação da mente uma espécie de sensação de elástico traz-me de volta e de repente... estou em casa outra vez, em mim, em paz. Quase que oiço os elásticos, tal 'e a intensidade da sensacao... tzaaaaaaaaaaaaaa...tzaaaaaaaaaaaaaa!!!!!! A sensação de regresso depois de me ter perdido 'e tão boa que dou por mim a fazer barulhos (ou deverei dizer gemidinhos:P) que quase parecem sexuais... 'e um "hummmmmmmmmmm"...tão profundo, tão verdadeiro, tão completo, tão fresco, tão presente. E o ficar... que bom... até que... nova onda de pensamento e delírio me "leva" e lá vai o elástico a esticar para fora...vzzummmmmmmmm... até que o meu ser reconhece esta nova onda e plim... elástico... cá vamos nós outra vez!!! Este jogo de elásticos tem-me mostrado a diferenca entre o estar presente e o estar ausente. Na ausência há tensão, ilusão, desconexão, medo, manipulacao... na presença há relaxamento, paz, aceitação, comunhão, amor... (e tão mais que nao sei...). Tem sido no mínimo interessante esta brincadeira dos elásticos... não controlo os pensamentos... mas eles também não me controlam a mim. Não digo que adoro a sensação de quando me vejo perdida pelos recantos da mente, deambulando como um bebado em ruelas que não vê... mas sem esse reconhecimento de "ora onde já ia eu outra vez..." também não haveria o outro lado do sentir... o regresso 'a casa de onde nunca sai... só por ilusão (e amor a ilusão) achamos que algum dia nos perdemos de verdade.