A meditação que partilho com os meus alunos vem da tradição do yoga e pretende ser uma resposta prática, sentida e experienciada à questão "quem sou eu?".
Muito se fala em meditação nos dias que correm. Cada vez há mais cursos de meditação, mais técnicas, mais teorias, mais versões.
A meditação que partilho com os meus alunos vem da tradição do yoga e pretende ser uma resposta prática, sentida e experienciada à questão "quem sou eu?". Através da meditação reconhecemos aquilo que somos tomando primeiro consciência daquilo que não somos. Tudo o que nos é possível observar é um fenómeno, um objeto possível de ser percecionado, e como tal, diferente do sujeito que é quem observa, quem vê, quem tem perceção dos fenómenos.
Este lado do observador é a variável estável em meditação e a que pretendemos redescobrir e que normalmente está abafada pelo barulho da mente, o excesso de pensamentos, as emoções subjacentes a pensamentos e estados que passam por nós durante o dia, todos os dias da nossa vida. Independentemente do que estejamos a pensar ou sentir (que é um fenómeno observável por nós e sempre em mutação), o observador, aquele espaço de onde os pensamentos são ouvidos e as sensações sentidas permanece inalterado, sempre presente, sempre lá antes, durante e depois de qualquer fenómeno que passe por nós. Por ser a única coisa que não vai nem vem, por ser a constante, por não ser hoje uma coisa e amanhã outra. É o que representa a essência que somos: eterna, infinita, sempre presente.
Esta meditação pretende redescobrir o que já lá está, não há necessidade de criar nada, nem de inventar técnicas ou fazer visualizações. Tudo isso se demonstra como uma distração à verdadeira descoberta do que já lá está. Porém, para algumas pessoas que iniciem esta prática, podendo parecer demasiado abstrata, podem ser passadas técnicas de concentração que visam acalmar a mente ou receber meditações guiadas que evitem a habitual identificação do sujeito com o objeto. Redirecionamos os praticantes constantemente para esse lado estável que pretendemos redescobrir.
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