"...Será que nos damos conta do hábito que a nossa mente tem de criticar e julgar tudo o que nos rodeia?"
A nossa mente é um conjunto de aptidões cognitivas abrangendo o pensamento, julgamento, interpretação, desejo, imaginação e memória. É uma ferramenta bastante útil que potencia o conhecimento e produz comportamentos. No entanto, quando má utilizada pode comandar o ser humano e provocar acções internas e externas altamente destrutivas.
Será que somos totalmente conscientes da dimensão da mente? Será que somos totalmente conscientes do impacto que a mente tem nas nossas vidas, no nosso comportamento e no nosso ser?
Estamos tão habituados a ter uma mente barulhenta que somos totalmente escravos dela. A mente é tão poderosa que se não estivermos atentos e desenvolver a auto-observação constante somos frequentemente apanhados na armadilha do ego.
Apelamos à Paz Mundial quando dentro de nós existem guerras e os pensamentos, desejos, julgamentos e interpretações são as nossas armas bélicas. Mas o mundo já está em paz! A nossa mente é que não! E quanto mais a mente estiver poluída, mais o mundo parecerá uma angústia!
Será que nos damos conta do hábito que a nossa mente tem de criticar e julgar tudo o que nos rodeia? Reparem no passatempo preferido da mente: “Olha para aquela tão gorda!”, “Olha para aquele tão magro!”, “Olha para aquela tão mal vestida!”, “Se aquela fosse minha filha ia ver!”, “Aquele não passa de um egoísta!”, “Isto e aquilo...”
Estamos constantemente a ser bombardeados por informação... desnecessária? Em que sentido é que este tipo de pensamentos nos enriquece? Achamos que o outro é egoísta ou que o outro está errado e não nos damos conta de que este tipo de interpretações e preconceitos nos separam do todo e nos dão uma sensação ilusória de superioridade. Seguindo cegamente a mente reagimos com um comportamento totalmente aprisionado no ego. Ou seja, projectando uma reacção totalmente baseada no ego. E ainda perdemos uma grande oportunidade de crescimento, uma vez que quando interpretamos o outro, interpretamo-nos também.
Mas a mente pode também aprender a estar em silêncio e ser apenas utilizada como uma ferramenta útil! Isto cria-se com a força de vontade, com a entrega e com a coragem de nos querermos despir do ego...Um trabalho que é progressivo mas valoroso! Um trabalho que nos aproxima mais da nossa essência... da testemunha que é não dual, que não julga, que é o nada e o silêncio! Caso contrário continuaremos com o hábito de ter uma mente saltitona, mentirosa, barulhenta e totalmente aprisionada no ego com o vício de se achar superior. A longo prazo a energia esvanece-se e a mente apodera-se de tudo o que vemos, de tudo o que fazemos...
Apenas uma mente purificada poderá começar a receber! Este é o ponto de partida...ter uma mente purificada! Os julgamentos e interpretações são como uma barreira que não deixa o silêncio e a luz entrar...
A mente é sem dúvida uma ferramenta super poderosa, mas há que ser bem treinada e purificada. Pois aquilo que pensamos transforma-se no modo em que vivemos!