Um dos textos mais emblemáticos da Índia, o Bhagavad Gita, fala-nos de Karma e Bhakti Yoga através de um brilhante diálogo entre Lord Krishna e Arjuna.
Karma Yoga é o Yoga da Acção e Bhakti Yoga o da Devoção.
Hoje meditaremos sobre Karma Yoga e essencialmente sobre as nossas acções.
Estaremos nós conscientes do impacto que as nossas acções têm no nosso ser e no mundo?
Seremos nós o resultado das nossas acções passadas?
Karma Yoga é agir sem ego e sem expectativas. Traduzindo para miúdos é agir sem vangloriarmos a nossa pessoa. O contrário seria: “Hoje fiz uma linda acção porque ajudei uma pessoa cega a atravessar a rua.” Ou ainda realizarmos algo sem esperanças de recebermos algo em troca. O contrário seria: “Vou ajudar aquele fulano porque no futuro poderá ele ajudar-me.”
Já Lao Tsé alerta-nos para o facto de aprendermos a agir não agindo. O que estes mestres quiseram transmitir-nos é que para sermos totalmente livres as nossas acções também deverão ser livres. De outro modo, se continuarmos aprisionados no ego teremos de voltar a reencarnar várias vezes para gozarmos as nossas expectativas e vangloriarmos o ego. Isto porque na acumulação de tanto Karma, seja este bom ou mau, uma vida não é suficiente para essa mesma realização.
Agir sem agir é uma tarefa que pode ser bastante difícil já que somos uns interesseiros e vaidosos. Mas já que agimos e já que somos o reflexo das nossas acções passadas que tal no presente agir sem prisões para que o futuro seja menos pesado?
Quando agimos livremente a mente encontra paz pois não necessitamos de pensar novamente nas nossas acções e no que eventualmente elas nos poderão trazer. Agimos porque a vida e o exterior se movimentam. Mas ao agirmos com permanência numa vida impermanente a mente e as emoções sossegam.
Outro facto é que também não vivemos sozinhos. Vivemos na maior parte em sociedade e/ou em comunidade.
Que esta vida de hoje nos seja útil para aprendermos a viver em paz com o nosso ser e com os outros. Hoje temos a oportunidade de ficarmos mais leves e mais conscientes das nossas acções. Todos somos merecedores do que nos acontece. Todos somos responsáveis pelo que nos acontece e no mundo também. Não há coitados nem sortudos! Estamos todos no mesmo barco...