Hoje vamos reflectir sobre o quão importante é despendermos tempo connosco.
O dia tem 24 horas e tendo em conta (na maior parte dos casos) que pelo menos umas 8 horas são para dormir, outras 8 para trabalhar e talvez mais 2 ou 3 que se perdem nos transportes, restam umas 6 horas em que também temos de cozinhar e muitas vezes cuidar dos nossos filhos. No meio disto tudo onde ficamos nós? (Na verdade a minha família e eu optámos por não ter este estilo de vida, mas ainda assim revejo-me nas vidas que a maioria leva. E é por isso que digo nós em vez de tu em todos os meus textos).
Sabendo que o nosso maior foco está no exterior e sabendo que o dia tem 24 horas, mesmo que a maioria de nós não possa dedicar todo o seu tempo a si mesmo, podemos pelo menos dar 1 hora a nós mesmos e prestar mais atenção às pequenas mas grandes coisas que fazemos por nós diariamente!
Em textos anteriores referi imensas vezes quem é a nossa real identidade, que não é o corpo nem a mente, mas antes a alma, o Eu, que tudo observa e testemunha sem julgamentos. Embora sejamos esta alma intangível, a sua casa e o seu veículo é o corpo! O corpo precisa de ser alimentado, hidratado, exercitado e limpo. Assim a alma encontra-se numa casa limpa e pura. E é também através destas acções que a alma aspira o divino.
Então vejamos... De que forma alimentamos o nosso corpo? Não quero começar a ditar uma dieta universal! Todos nós, no fundo, sabemos perfeitamente o que é saudável e o que não é. O que nos traz saúde e o que nos traz doença. O que é um copo de água e um copo de coca-cola... uma maçã e um chupa-chupa! Apenas realço que a mente vai sempre arranjar 1001 desculpas para nos persuadir a beber uma coca-cola. Também não pretendo ser radical e moralista! Não é que não possamos tomar coca-cola, álcool ou chocolates. Mas que sejamos fortes e que consigamos dominar os nossos desejos que nos trazem um prazer imediato mas pouco duradouro e com tão pouca saúde. Que aprendamos também a celebrar e a agradecer o que se come. Isto ajuda-nos a tomar consciência e a valorizar o que comemos.
Relativamente à limpeza... Como nos lavamos? Muitas vezes depressa, outras sem vontade e com pouca atenção! Pois é justamente nestas alturas que o corpo precisa de ser mimado. Ao tomarmos banho podemos levar a consciência para cada parte do nosso corpo, acariciá-lo ao lavar em vez de esfregá-lo como se fosse o chão ou um prato de loiça! Esta também é uma boa maneira de gostar e de honrar quem se é e quem se escolheu para existir. Hidratar o corpo com diferentes óleos também é uma terapia e que tanto ajuda a equilibrar os 5 elementos presentes em cada um de nós.
E o exercício? Onde anda ele? Em tempos de tanta sedentarização o corpo parece um armário abandonado com as dobradiças enferrujadas que chiam de dor e que quase não abre nem fecha... Um verdadeiro armário empenado!
Existem tantos exercícios simples que se podem fazer ao acordar! Não é necessário arranjar desculpas que não se tem tempo ou dinheiro para se investir em aulas de Yoga, Pilates, ginásios ou outras actividades.
E a mente que tanto nos domina? Como podemos cuidar e estar em paz com ela? Adoptando uma atitude e uma visão de contentamento. Uma mente pouco controlada é bisbilhoteira, intriguista e negativa! De facto estamos sempre sujeitos a ouvi-la, mas é sobretudo quando estamos em baixo ou com ira que ela sempre nos domina. Embora seja sobretudo nestas alturas que é difícil de manter o controlo...Se no nosso dia-a-dia encararmos a vida e os factos com contentamento e confiarmos no Universo já é um bom começo para pensar e agir positivamente.
Por exemplo, imaginemos alguém que está de todo infeliz por trabalhar num sítio que não gosta há tantos anos. Esse alguém não quer estar no trabalho, mas também tem receio de se despedir. Mais tarde os próprios trabalhadores não se sentem bem com esta pessoa e o patrão acaba por não renovar o seu contrato (a energia fala por si mesma). A auto-estima da pessoa vai imediatamente abaixo e perde-se completamente nos devaneios negativos da mente acreditando não ser mais capaz. No entanto, o Universo sempre generoso, está a tentar mostrar que algo melhor está à sua espera. A pessoa pode então optar por entrar num loop negativo ou começar a interpretar os sinais do Universo. Afinal, esta pessoa já queria há muito tempo mudar de vida e de trabalho!
Podemos eternamente lamentar com a ajuda da mente e fazer da nossa vida uma vida miserável. Podemos acreditar que a nossa vida é triste por termos de trabalhar, cozinhar, cuidar dos nossos filhos, etc. Ou acreditar que a nossa vida é uma benção e com tantas oportunidades para podermos mostrar e dar o nosso amor através do nosso trabalho, da nossa comida e da nossa relação com a nossa família. É natural oscilarmos entre a alegria e a tristeza... mas que no final do dia sejamos lúcidos e conscientes do amor que está dentro de nós.
Existem tantos outros exemplos e “problemas”, mas o maior problema é sempre o mesmo. A forma como encaramos e “vemos” a nossa vida! Por vezes parece mais fácil viver no lamento e na insatisfação do que bater o pé e dizer: Basta! Muito grato/a mente por todos os teus conselhos, mas ainda assim prefiro estar contente!
Que consigamos dominar a preguiça e ver com os olhos de dentro. São as melhores ferramentas que podemos utilizar para cuidarmos bem da nossa casa, de nós! Cuidar da mente e do corpo é saber cuidar de nós e da nossa vida também!