Algumas buscas no Dr. Google sobre os benefícios dos fermentados tradicionais revelam uma imensidade de vantagens.
Também a indústria alimentar e farmacêutica capitalizam nesta onda, lançando novos produtos.... melhores e mais eficazes!
Numerosos estudos e exemplos pessoais são citados para fundamentar as pretensões de eficácia e verdade seja dita, cada vez mais se investigam os efeitos positivos de uma microbiota saudável.
Com tanto peso por trás dessas vantagens, de onde vem tudo isto?
Os fermentados tradicionais são produtos milenares.
Muito antes da microbiologia e do microscópio electrónico.
E se chegaram ao nosso tempo com tradicões espalhadas por, supõe-se, todas as culturas, que vantagens haveriam em os utilizar?
Deixamos aqui algumas:
1. Conservação alimentar
Num mundo onde não existiam frigoríficos ou enlatados, a fermentação era um dos métodos tecnologicamente simples de conservar alimentos muito para além do seu prazo de validade “natural”.
2. Alterações de sabor
O alimento fermentado tem um sabor diferente do cru ou do cozinhado.
E não raras as vezes mais apetecível, sobretudo num tempo e em culturas onde o consumo de açúcar não existia.
Em muitos casos, conteúdo alcoólico para o tornar apelativo ou não fossem as sensações induzidas pela alcoolémia uma apetência transversal a várias espécies de animais, incluindo a nossa.
3. Mais alimentos disponíveis
Numa época em que a disponibilidade alimentar não beneficia de uma logística internacional, existem certos alimentos que precisam de um tratamento especial para poderem ser consumidos.
Lembramos o exemplo da nossa querida azeitona, que sem a fermentação não se teria tornado num delicioso e útil acepipe ao longo de milénios.
4. Maior segurança face a doenças
Mesmo sem o Pasteur a debitar informação sobre patogénicos microscópicos, é certo e sabido que a experiência prática do ser humano nos conduziu a uma panóplia de conhecimentos sobre as vantagens de consumir determinados alimentos, preparados de determinada maneira com resultados visíveis em termos de saúde.
Nesse aspecto, o uso do kefir, tradicionalmente preparado de uma forma bem diferente da actual ou o maior consumo de bebidas fermentadas do que de água por parte de vários povos da selva amazónica são exemplos paradigmáticos, já que tanto o leite cru ou a água são veículos de inúmeras doenças.
Estes quatro motivos são suficientes para percebermos como e porque os fermentados resistiram ao teste do tempo e chegaram até nós numa imensidade de formas.