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O caminho do Yoga



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Este é um caminho muito difícil de percorrer, de uma transformação muito lenta e que requer uma auto-disciplina e uma auto-entrega constante. Quem percorre este caminho é aquele que busca incessantemente a verdade em si mesmo. É um trabalho muito longo, de muita purificação, muita humildade e muita entrega. Não há que apressar este caminho, pois cada nobre passo é menos uma camada das várias e pesadas camadas que se carrega.


Segundo a tradição a primeira acção é devoção ao guru. E o último objectivo é também devoção ao guru.

No mundo actual, onde a informação é instantânea e acessível a todos, é possível profanar sobre a verdade, enganar, estar enganado e aproveitar-se de muitas almas. Outrora a informação e o conhecimento eram transmitidos de forma oral e apenas aos que se mostravam dignos. Mais tarde este conhecimento passou a ser escrito através da língua sagrada e davam a chave e a sua explicação oral apenas aos seus sucessores. O conhecimento era velado com metáforas, paradoxos e enigmas para que o mesmo não fosse profanado e para que ninguém o usásse para fins maliciosos. Pois saber é poder. Hoje em dia a maior parte do conhecimento está acessível a todos. Se por um lado isto é bom, por outro fica demasiado acessível.

Nos dias de hoje torna-se difícil encontrar um guru físico que nos inspire e que nos tire da escuridão para a luz. Embora existam e sejam muito úteis para nos ajudar a clarificar a nossa mente! Mas há um guru que não é um ser físico e que está presente em cada um de nós. Este é guru tattwa, o nosso terceiro olho, a nossa testemunha com todo o conhecimento do universo. Aliás, uma pessoa só se torna guru porque a mesma acordou o seu guru tattwa.

Para qualquer um dos gurus uma pessoa não deve duvidar. A isto se chama a verdadeira auto-entrega. A isto se chama ter fé e devoção no seu guru. É assim que o guru está presente, porque o deixamos estar presente! É através da devoção e da fé no nosso guru que nos tornamos pessoas melhores. Que aprendemos a entregar-nos, a sermos honestos, a servir o próximo, a desenvolver a humildade, a pureza de coração, a gratidão e a domar as nossas paixões, desejos e medos para conseguirmos estar em harmonia. Guru é a consciência suprema!


Quando escolhemos este caminho uma iniciação é feita e uma direcção é determinada para que a possamos seguir com consciência, dedicação e compromisso. Existem muitas direcções e é por isso que cada um tem a sua. Afinal, cada um possui camadas diferentes para remover.

Na iniciação, o mantra é a direcção mais habitual e apreciada. O mantra encerra em si mesmo uma mensagem sagrada e representa por isso a direcção a seguir. A constante repetição do mantra levará à revelação da mensagem sagrada.


Neste caminho a prática ou sadhana é fundamental. Se perdemos a prática e a auto-disciplina perdemos tudo! Os Yamas, Nyamas, Asanas, Pranayama, Prathyahara, Dharana e Dhyana também estão lá para que possamos purificar o corpo e a mente. São os passos básicos e importantíssimos que não devem ser desbaratados. Dhyana ou meditação por exemplo apenas ocorre quando os passos anteriores estão aprendidos e adquiridos. Meditação é ausência de qualquer pensamento ou flutuação mental. Se a nossa mente ainda saltita, mesmo estando o nosso guru alerta isto não é meditação e nem mesmo Dharana ou concentração. Meditação é estar-se no nada, no vazio. Porque só na ausência do barulho a consciência emerge.


Em verdade vos digo que tirar um ou vários cursos de yoga de 200 ou 500 horas não faz de alguém Yogi. Isto pode ser quanto muito a pré-base. E muitas vezes o aspirante se focará apenas no aspecto físico do yoga. Haja humildade! Também concluí vários cursos e workshops com sucesso e reconheço que ainda estou bem no início do caminhada. A devoção, a fé, a honestidade, a prática, a entrega, a gratidão e a humildade são verdades a serem desempenhadas para o resto da vida! E quanto maior o desempenho, maior a consciência.


Neste caminho é preciso morrer para se nascer de novo! Tornarmo-nos Deus para “ver” Deus!

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