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PROBIÓTICOS: Que abordagem?


PROBIÓTICOS - Fotografia cedida por António Lopes

É muito comum para quem está a entrar no mundo dos probióticos tradicionais - ou seja, aqueles que preparamos em casa - uma abordagem ao estilo da medicina convencional.


E assim, sucedem-se as perguntas: tenho colesterol elevado, tenho diabetes, quero perder peso.... os probióticos podem ajudar?


Esta visão particionada do ser humano e da nossa saúde tem sido cultivada de forma crescente no último século por parte dos profissionais de saúde da medicina convencional e também pelos seus pacientes, cada vez mais habituados ao tratamento especializado.


Comprimidos para dores, xaropes para tosse, antibióticos para “tudo e mais alguma coisa”...


Não será de espantar que, com a moda dos probióticos, também aqui se procure o remédio para o problema específico.


E depois? Baixou o colesterol.... deixam-se os probióticos?


Refiro constantemente, sobretudo em acções de formação, que não me motivam as patologias para as quais os fermentados tradicionais possam ter efeitos benéficos.


O nosso corpo não é um conjunto de orgãos que funcionam isoladamente e raramente um problema terá uma causa isolada ou que não seja afectada ou possa beneficiar pelo estado geral da nossa saúde.


E o que significa isto?


Se fosse negativa a resposta à pergunta «os probióticos ajudam em casos de colesterol?», deveria a pessoa considerar «Ah! Então não vale a pena tomar»?


É aí que reside a deficiência da abordagem segmentada dominante, que tem condicionado os seus utilizadores a uma conduta deficitária e prejudicial à sua saúde.


Independentemente de haver um efeito positivo específico sobre determinada patologia, os probióticos tradicionais são comida e bebida. E nós precisamos de comer e beber.


Logo, sabendo dos benefícios conferidos por uma microbiota benéfica e da sua crucial importância para a nossa saúde, será irrelevante se são bons para este ou aquele caso particular.


Importam, na realidade, os casos em que possam existir contraindicações gerais ou específicas.


Excluindo isso, o consumo de alimentos fermentados vivos deveria ser um hábito diário por qualquer pessoa, por muito saudável que seja.


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